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Lula acusa premiê de Israel de querer acabar com a Faixa de Gaza: 'Insanidade'

Presidente brasileiro ainda disse que as regras do Conselho de Segurança da ONU, que garantem poder de veto aos cinco países permanentes, são uma 'loucura' e nada democrático

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 27/10/2023 às 19:05

Alterado em 27/10/2023 às 19:32

Presidente Lula se mostra cada vez mais incomodado com os ataques retaliatórios de Israel Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (27), que o primeiro-ministro de Israel, o extremista Benjamin Netanyahu, quer acabar com o território palestino da Faixa de Gaza, o que, segundo ele, é uma "insanidade".

“O ato do Hamas foi terrorista, que não é possível fazer um ataque, matar inocentes, sequestrar gente da forma que eles fizeram, sem medir as consequências do que acontece depois. Agora, o que nós temos é a insanidade do primeiro-ministro de Israel [Benjamin Netanyahu] querendo acabar com a Faixa de Gaza, se esquecendo que lá não tem só soldado do Hamas, que lá tem mulheres e crianças, que são as grandes vítimas dessa guerra”, disparou o aniversariante do dia, durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.

O mandatário brasileiro, que já havia opiniado que o conflito no Oriente Médio se trata de um "genocídio" do povo palestino, tem se mostrado cada vez mais incomodado com os ataques retaliatórios do Estado judeu.

Durante o papo com a imprensa, ele ressaltou que as regras do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que garantem poder de veto aos cinco países permanentes do órgão, são uma "loucura" e que o instrumento não é "democrático". Ele também declarou que o Conselho de Segurança da ONU atualmente "vale muito pouco".

"É preciso acabar com o direito de veto, ou seja, se tiver dúvida, vota a maioria, ganha e cumpre-se. Então, eu vou continuar falando em paz, vou continuar falando porque eu acredito que é a coisa mais extraordinária tentar superar o poder das balas com o poder da conversa", afirmou.

Atual presidente rotativo do conselho, o Brasil sugeriu um texto que condenava os ataques terroristas do Hamas e cobrava de Israel o fim do bloqueio à Faixa de Gaza. No entanto, embora tenha sido aprovada por 12 países, a proposta foi vetada pelos Estados Unidos e, por isso, acabou rejeitada.

"[A proposta brasileira] foi rejeitada por causa de uma loucura, que é o direito de veto conseguido pelo país titular do Conselho de Segurança da ONU, que eu sou totalmente e radicalmente contra. Isso não é democrático", completou Lula.

O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 membros, mas somente cinco ocupam os chamados assentos permanentes e, com isso, têm direito a poder de veto. São eles: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.

O presidente brasileiro ainda explicou que o Brasil não reconhece o Hamas como organização terrorista, porque o país segue as avaliações do Conselho de Segurança da ONU.

“A posição nossa é clara. Toda guerra não tem apenas um culpado, ou um mais culpado. O Brasil fez crítica veemente, como nós condenamos a Rússia de ter invadido o território ucraniano, isso está explícito no comportamento do Brasil. Mas isso não significa que eu sou obrigado a me colocar ao lado da Ucrânia para guerrear. Eu quero me colocar ao lado daqueles que querem pedir paz”, disse Lula comparando com o conflito no leste europeu e reafirmando a posição do Brasil na condenação dos atos do Hamas.

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