Brasileiros ficam de fora da quinta lista para deixar Gaza

Segundo embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, "os palestinos com nacionalidade brasileira na Faixa de Gaza devem sair do enclave palestino nos próximos dias"

Por GABRIEL MANSUR

Forças de segurança palestinas em frente ao posto fronteiriço de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 8 de janeiro de 2019

O Egito divulgou, na madrugada desta terça-feira (7), a quinta lista de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza através da passagem de Rafah, ponto fronteiriço com a Península do Sinai egípcia. Como ocorreu nas quatro listagens, o grupo com brasileiros e palestinos imigrantes ainda não receberam aval para atravessar a fronteira.

De acordo com o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, 605 estrangeiros foram autorizados a retornar a seus países nesta nova leva. São 159 alemães, 104 romenos, 102 uranianos, 80 canadenses, 61 franceses, 51 de Moldova, 46 filipinos e dois britânicos.

A liberação de estrangeiros foi retomada nesta segunda-feira (6) após os portões em Rafah ficarem fechados por dois dias. O governo egípcio não informou oficialmente os motivos da pausa, mas a Reuters afirma que a travessia foi suspensa após um bombardeio de Israel a um comboio de ambulâncias, que deixou civis, incluindo crianças, mortos e feridos.

Em meio à especulações sobre uma possível retaliação ao governo brasileiro, diante das críticas contundentes do presidente Lula (PT) ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse que "Israel não está decidindo quem será incluso na lista, também não estamos impedindo ninguém de sair". Segundo ele, "os palestinos com nacionalidade brasileira na Faixa de Gaza devem sair do enclave palestino nos próximos dias".

Desde quarta-feira passada (1º), foram publicadas quatro listas autorizando a saída de aproximadamente 2.831 pessoas, entre feridos, estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade.