MUNDO
Papa volta a pedir fim de guerras e apela por desarmamento
Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 03/03/2024 às 12:16
Alterado em 03/03/2024 às 12:16
O papa Francisco voltou a apelar por um cessar-fogo "imediato" entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, que garanta a libertação de reféns e a distribuição de ajuda humanitária aos civis.
"Basta, por favor! Vamos todos dizer basta, por favor! Parem! Encorajo vocês a continuar as negociações para um cessar-fogo imediato em Gaza e em toda a região", pediu ele após a oração do Angelus.
O religioso, que sofre de bronquite e apresentou sintomas gripais nas últimas semanas, leu sua reflexão perante uma multidão na Praça São Pedro e voltou a apelar por paz.
O Santo Padre pediu o fim das hostilidades no conflito "para que os reféns sejam libertados e a população civil possa ter acesso seguro à ajuda humanitária".
"Trago todos os dias no coração, com dor, o sofrimento das populações na Palestina e Israel, devido às hostilidades em andamento", revelou.
Segundo ele, existem "milhares de mortos, feridos e deslocados" e essa "imensa destruição causa dor, com consequências terríveis para os pequenos e indefesos que enxergam o seu futuro comprometido".
"Vocês realmente acham que podem construir um mundo melhor desta forma? Vocês realmente acham que podem alcançar a paz?, questionou.
Francisco rezou também pela "martirizada Ucrânia, onde todos os dias morrem muitas pessoas" e "há tanta dor" e fez um forte apelo sobre desarmamento, lembrando que "é o segundo 'Dia Internacional de Conscientização sobre Desarmamento e Não-Proliferação".
"Quantos recursos são desperdiçados em despesas militares que, por causa da atual situação, continuam tristemente a aumentar. Desejo vivamente que a comunidade internacional compreenda que o desarmamento, é acima de tudo, um dever", apelou.
Por fim, o argentino destacou que "o desarmamento é um dever moral" e é preciso que isto seja colocado "nas nossas cabeças".
"E isso exige a coragem, por parte de todos os membros da grande família das nações, de passar do equilíbrio do medo ao equilíbrio da confiança", concluiu.
Gaza
Hoje, um alto funcionário do Hamas disse que uma trégua na Faixa de Gaza é possível "dentro de 24 a 48 horas" se Israel aceitar as exigências do grupo.
"Se Israel aceitar as exigências do Hamas, que incluem o regresso dos palestinos deslocados ao norte de Gaza e um aumento na ajuda humanitária, isto poderá abrir caminho para um acordo nas próximas 24-48 horas", disse ele a fonte do Hamas sob condição de anonimato.
Representantes do Hamas, do Catar e dos Estados Unidos estão no Cairo para negociar uma trégua e a libertação de reféns em Gaza, segundo meios de comunicação próximos do governo do Egito, país que assumiu um papel de mediador no conflito entre Israel e o Hamas (com Ansa).