Navio de ajuda para Gaza partiu de Chipre neste sábado; Estados Unidos pretende construir cais temporário de apoio

Por JB INTERNACIONAL

Crianças palestinas carregam panelas enquanto fazem fila para receber comida preparada em uma cozinha de caridade, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza

Um navio carregado com suprimentos de emergência para Gaza partiu de Chipre neste sábado, como parte dos esforços para ajudar uma população inteira à beira da fome.

A Comissão Europeia disse que um corredor de ajuda marítima entre Chipre e Gaza vai começar a funcionar já a partir deste fim de semana, num projeto-piloto dirigido por uma instituição de caridade internacional e financiado pelos Emirados Árabes Unidos.

O navio Open Arms, uma embarcação de propriedade de uma ONG espanhola e mais acostumado a resgatar imigrantes no mar, foi destacado para a primeira missão. Até a tarde deste sábado, o navio ainda estava no porto de Larnaca, em Chipre, segundo mostraram imagens ao vivo da Reuters TV, e as autoridades não forneceram um horário preciso de partida.

Chipre fica a cerca de 338 quilômetros a noroeste de Gaza, o equivalente a cerca de 15 horas de navegação.

Paralelamente, os Estados Unidos disseram ter a intenção de construir um cais temporário para levar ajuda a Gaza, que não tem infraestruturas portuárias. Também planeja utilizar inicialmente Chipre, que oferece um processo de rastreio de cargas que inclui funcionários israelenses, eliminando a necessidade de controles de segurança em Gaza.

As negociações sobre um possível cessar-fogo na guerra de Israel contra o Hamas continuam num impasse.

Caixas com arroz, farinha e proteína estavam sendo carregadas em Larnaca neste sábado, em uma operação organizada pela instituição de caridade World Central Kitchen (WCK) e financiada principalmente pelos Emirados Árabes Unidos.

As agências humanitárias alertaram para a questão da fome iminente cinco meses após o início da campanha de Israel contra o Hamas. A maior parte dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza estão agora desalojados dentro da região, com graves gargalos na entrega de ajuda nos postos de controle fronteiriços terrestres. (com Reuters)