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Portugal assume culpa por escravidão e massacres durante a era colonial

Presidente sugeriu reparações a ex-colônias, como Brasil

Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 24/04/2024 às 13:59

Alterado em 24/04/2024 às 21:23

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa Foto: AFP 2022 / Nelson Almeida

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu nesta terça-feira (23) que o país tem responsabilidade por crimes cometidos durante a era colonial em países como o Brasil e citou a necessidade de indenizações.

É a primeira vez em que um chefe de Estado do país faz esse tipo de reconhecimento.

As declarações foram dadas em um jantar com correspondentes estrangeiros.

"Pedir desculpas é a parte fácil. Temos que pagar os custos da escravidão. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso", disse, sem especificar nenhum plano.

O presidente fez referência ao massacre de indígenas no Brasil, à escravização de africanos e à exploração de recursos naturais.

Portugal foi o país que mais escravizou africanos na era colonial, chegando a 6 milhões, metade do total estimado por todos os países europeus. Em 2023, Rebelo de Sousa já havia afirmado que o país devia desculpas pela escravidão e pelo colonialismo.

Contando com o Brasil, Portugal comandou um império com 14 colônias, incluindo países como Angola, Cabo Verde, Moçambique e Timor Leste.

As declarações desta terça levantaram críticas da oposição portuguesa. O partido de extrema-direita Chega publicou na conta oficial no X (antigo Twitter): "Vergonha! Se houvesse forma de destituir o Presidente da República Portuguesa neste momento, o Chega fá-lo-ia!". (com Ansa)