Israel ignora apelos por trégua e lança novos ataques no Líbano

'Continuaremos combatendo Hezbollah até vitória', disse ministro

Por JB INTERNACIONAL

Destruição provocada por bombardeio israelense em Saksakiyeh, no Líbano

As Forças de Defesa de Israel (IDF) lançaram nesta quinta-feira (26) uma nova onda de ataques aéreos contra o grupo xiita Hezbollah no Líbano, onde explosões de dispositivos eletrônicos e bombardeios já deixaram cerca de 700 mortos em uma semana.

Os novos ataques chegam em meio às tentativas da comunidade internacional de articular um cessar-fogo temporário, mas o governo do premiê Benjamin Netanyahu rechaçou a hipótese de uma trégua e deu ordens ao Exército para manter a ofensiva.

"Israel continuará combatendo o Hezbollah com todas as forças até a vitória", disse o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz.

Apenas desde a última quarta-feira (25), pelo menos 81 pessoas morreram e 403 ficaram feridas em ataques no Líbano, de acordo com o Ministério da Saúde local.

Nos dias anteriores, os bombardeios de Israel já haviam tirado as vidas de cerca de 600 indivíduos, incluindo dezenas de mulheres e crianças.

Entre as vítimas também estão um adolescente brasileiro, Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, e seu pai, Kamal Hussein Abdallah, 64, que viviam no Vale do Beqaa, um dos alvos dos ataques israelenses.
Para efeito de comparação, o Líbano registrou aproximadamente 1,2 mil vítimas na guerra entre Hezbollah e Israel em 2006.

"O inferno está sendo desencadeado no Líbano. O país está na beira do abismo", alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante uma reunião do Conselho de Segurança sobre a crise, na noite da última quarta.

No encontro, a França propôs um cessar-fogo de 21 dias no Líbano, iniciativa que conta com apoio dos EUA e de países árabes e da União Europeia.

"A situação entre Líbano e Israel é intolerável e representa um risco inaceitável de uma escalada mais ampla. Pedimos um cessar-fogo imediato de 21 dias", diz uma nota assinada por Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Canadá, Catar, Emirados Árabes, EUA, França, Itália, Japão e UE. (com Ansa)