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Sul-coreana Han Kang vence Nobel de Literatura

Autora de 'A vegetariana' foi laureada por intensa prosa poética

Por JB INTERNACIONAL com Caderno B
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Publicado em 10/10/2024 às 08:49

Alterado em 10/10/2024 às 20:35

Han Kang é autora do best-seller 'A vegetariana ' Foto: Ansa

A escritora sul-coreana Han Kang, autora de livros como "A vegetariana", conquistou nesta quinta-feira (10) o Prêmio Nobel de Literatura em 2024.

De acordo com a Academia Sueca, a romancista foi escolhida devido à sua "intensa prosa poética, que enfrenta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana".

"Ela tem uma consciência única das conexões entre corpo e alma, os vivos e os mortos, e, com seu estilo poético e experimental, tornou-se uma inovadora na prosa contemporânea", ressaltou a instituição.
Filha do escritor Han Seung-won, Han Kang nasceu em 1970, em Gwangju, e se mudou para a capital da Coreia do Sul, Seul, aos nove anos de idade.

Além da escrita, sempre se dedicou às artes e à música, o que, segundo a Academia Sueca, se refletiu "em toda a sua produção literária".

A carreira de Han Kang começou em 1993, com a publicação de poemas em uma revista sul-coreana, mas a estreia na prosa foi em 1995, com uma coleção de contos.

Seu maior sucesso, "A vegetariana", seria lançado em 2007, mas explodiria no mundo apenas na década seguinte, com uma história sobre as consequências violentas desencadeadas após a protagonista Yeong-hye se recusar a comer carne, comportamento rejeitado tanto pelo marido quanto pelo pai autoritário.

A personagem é internada em uma clínica psiquiátrica, onde sua irmã tenta trazê-la de volta a uma vida "normal". No entanto, Yeong-hye afunda cada vez mais em uma condição semelhante à psicose.
Além de "A vegetariana", Han Kang também teve publicados no Brasil os volumes "Atos humanos" e "O livro branco", todos pela editora Todavia.

O primeiro parte de um massacre contra estudantes em Gwangju em 1980 para dar voz às vítimas, sempre com um estilo "tão visionário quanto sucinto", de acordo com a Academia Sueca, enquanto o segundo é uma narrativa sobre o luto de uma narradora repentinamente tomada pela lembrança da irmã morta ainda recém-nascida.

A obra é construída em uma sequência de notas curtas, todas relativas a objetos brancos, cor que remete ao luto em algumas culturas orientais. (com Ansa)

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