Harris abre 'Saturday Night Live', pede aos EUA que 'mantenham a calma' antes da eleição

A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, apareceu no programa de comédia "Saturday Night Live", neste sábado, acrescentando uma surpresa à eleição presidencial apenas três dias antes de seu confronto com o republicano Donald Trump.

Harris apareceu em um espelho ao lado da atriz que a interpreta no programa, Maya Rudolph, que estava se preparando nervosamente para um discurso de campanha. Vestidas de forma idêntica em um terno preto e pérolas, as duas trocaram variações do primeiro nome de Harris, dizendo que os americanos querem "acabar com o drama-la" na política "com uma nova madrasta".

"Mantenha a calma e siga em frente", disseram elas em uníssono.

"Eu realmente não rio assim, não é?" Harris perguntou, depois que Rudolph imitou sua gargalhada distinta.

"Um pouco", respondeu Maya.

Harris estava fazendo sua primeira aparição no programa, que teve outros candidatos presidenciais ao longo de suas décadas.

"Foi divertido", disse ela a repórteres na pista antes de voar para Detroit, no estado de Michigan.

Trump apareceu no SNL durante sua primeira candidatura presidencial em 2015, onde zombou de sua tendência de exagerar e evitar detalhes da política. Ele também apareceu em 2004. Um assessor de Trump disse nesse sábado que não sabia se havia sido convidado a comparecer este ano.

Mais cedo, os aviões de Harris e Trump compartilharam a pista em Charlotte, Carolina do Norte, enquanto os dois candidatos realizavam eventos no estado do sul, um dos poucos que determinarão o resultado da eleição da próxima terça-feira (5). Foi o quarto dia consecutivo em que os candidatos fizeram campanha no mesmo estado.

Apenas sete Estados são vistos como verdadeiramente competitivos, mas uma pesquisa divulgada no sábado mostrou Harris com uma liderança surpreendente em Iowa, um Estado que Trump venceu facilmente nas duas últimas eleições.

'MINHA LINDA PELE BRANCA'
Trump e Harris se apegaram a temas familiares em suas aparições.

Trump disse que deportaria milhões de imigrantes se eleito, e alertou que, se Harris vencer, "todas as cidades da América serão transformadas em um campo de refugiados miserável e perigoso".

Em campanha em Atlanta, Harris disse que Trump abusará de seu poder se retornar à Casa Branca. "Este é alguém que está cada vez mais instável, obcecado por vingança, consumido por mágoas, e o homem está em busca de poder descontrolado", disse ela.

Mais de 75 milhões de americanos já votaram, de acordo com o Laboratório Eleitoral da Universidade da Flórida, em um sinal de entusiasmo dos eleitores.

Na Carolina do Norte, os condados do oeste que foram devastados pelo furacão Helene pareciam estar votando aproximadamente na mesma proporção que o resto do estado, de acordo com o professor de ciência política do Catawba College, Michael Bitzer.

Em um comício em Salem, Virgínia, Trump disse que concorre ao cargo para resgatar a economia da "obliteração", embora seja mais fácil relaxar em um de seus resorts à beira-mar.

"Eu não precisava estar aqui hoje", disse ele. "Eu poderia estar naquela praia, minha linda pele branca ficando bonita e sendo esbofeteada, sendo esbofeteada na cara por uma onda carregada de água salgada."

Trump foi acompanhado no palco por mulheres de uma equipe de natação universitária local que se opuseram a competir contra atletas transgêneros. Alguns dos anúncios de TV de Trump procuraram capitalizar as controvérsias transgênero.