Bombardeios contra rebeldes deixam dezenas de mortos na Síria

Pelo menos 25 pessoas morreram no norte, entre elas 10 criança

Por JB INTERNACIONAL

Danos causados por terremoto na cidade síria de Idlib, controlada por rebeldes

Por Joana Raposo Santos - Pelo menos 25 pessoas, entre elas dez crianças, morreram no norte da Síria em ataques aéreos feitos pelo governo sírio e pela Rússia, informou nesta segunda-feira (2) o serviço de resgate da oposição síria, conhecido como Capacetes Brancos.

Os caças russos e sírios atingiram a cidade de Idlib, controlada pelos rebeldes, e outras áreas nas proximidades, segundo fontes militares. O ataque ocorreu depois de o presidente Bashar al-Assad ter prometido esmagar os insurgentes que tinham invadido a cidade de Alepo

Segundo os habitantes, um dos ataques atingiu uma área residencial no centro de Idlib, a maior cidade de um enclave rebelde perto da fronteira turca, onde cerca de 4 milhões de pessoas vivem em tendas e habitações improvisadas.

O Exército do país disse ter recapturado várias cidades que os rebeldes invadiram nos últimos dias.

Segundo os Capacetes Brancos, o número total de mortos em ataques sírios e russos desde 27 de novembro subiu para 56, incluindo 20 crianças. O Exército sírio e a Rússia, sua aliada, têm como alvo os esconderijos de grupos rebeldes e já negaram atacar civis. O objetivo dos ataques foi atingir os grupos armados apoiados pela Turquia, assim como o Hayat Tahrir al-Sham, grupo designado como terrorista pelos Estados Unidos (EUA), a Rússia, Turquia e outros países.

Em declaração conjunta, os Estados Unidos, a França, Alemanha e o Reino Unido apelaram "à contenção de todas as partes e à proteção dos civis e das infraestruturas, para evitar novas retiradas de pessoas e perturbações no acesso humanitário".

Um grupo de rebeldes, liderados pela aliança islâmica Organização de Libertação do Levante - que se separou em 2016 do ramo sírio da Al-Qaeda - juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, lançou uma ofensiva contra o governo sírio na quarta-feira (27) e assumiu o controle total da província de Idlib, no noroeste do país, de grande parte da cidade de Alepo e de partes do norte de Hama, no centro da Síria.

Esse foi considerado o mais ousado ataque rebelde em vários anos dessa guerra civil. As linhas de frente estavam praticamente congeladas desde 2020. A situação levou o presidente sírio a declarar que "os terroristas só conhecem a linguagem da força e é com essa linguagem que vamos esmagá-los".

O Exército sírio é apoiado por aviões russos e fez dezenas de bombardeios contra posições rebeldes.

China apoia esforços da Síria

A China assegurou hoje que "apoia os esforços da Síria para manter a sua segurança nacional e estabilidade", após a ofensiva lançada por grupos que ocuparam grande parte da cidade de Alepo.

O porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, disse em entrevista que Pequim está "profundamente preocupada com a situação no noroeste da Síria".

Lin afirmou que a China, "como país amigo da Síria", está "disposta a fazer esforços positivos para evitar maior deterioração da situação" no país árabe.

O líder sírio visitou a China no ano passado, onde se encontrou com o presidente Xi Jinping, e anunciou o estabelecimento de uma "parceria estratégica" entre Damasco e Pequim. (com RTP)