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Estados Unidos sobe recompensa por Nicolás Maduro, a quem acusa de tráfico
Por JB INTERNACIONAL com 'The Daily Digest'
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Publicado em 19/01/2025 às 11:19
Alterado em 19/01/2025 às 11:19
Uma situação peculiar aconteceu depois da posse de Nicolás Maduro na Venezuela: o Departamento de Estado dos Estados Unidos aumentou a recompensa por informações que ajudem na sua captura para 25 milhões de dólares (antes eram 15 milhões), segundo o Infobae.
Investigações da Procuradoria dos Estados Unidos e do Distrito Sul de Nova Iorque indicam que Maduro e outros altos funcionários como Diosdado Cabello e Vladimir Padrino López (também com recompensas milionárias pelo seu paradeiro) estariam ligados a atividades relacionadas com o tráfico de substâncias ilícitas.
O jornal venezuelano El Nacional destaca que a recompensa para Maduro já é superior à que o governo colombiano deu depois da queda de Pablo Escobar em 1993: aproximadamente 6,2 milhões de dólares naquela época.
Segundo o jornal chileno "La Tercera", documentos norte-americanos revelam que Nicolás Maduro, Diosdado Cabello Rondón, Hugo Armando Carvajal Barrios e Clíver Antonio Alcalá Cordones “atuaram como líderes e administradores do Cartel de Los Soles” desde pelo menos 1999.
O nome “refere-se à insígnia solar colocada nos uniformes dos oficiais militares venezuelanos de alta patente”. Esta organização também teria feito um acordo com as extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARC.
'Inundar os Estados Unidos com cocaína'
“O Cartel de los Soles procurou não só enriquecer os seus membros e aumentar o seu poder, mas também ‘inundar’ os Estados Unidos com cocaína e infligir aos usuários os efeitos nocivos e viciantes da droga”, explica o texto.
Os documentos também indicam que dois líderes das FARC, Luciano Marín Arango e Seuxis Paucis Hernández Solarte, “concordaram com os líderes do Cartel de Los Soles em transferir algumas das operações das FARC para a Venezuela, sob a proteção do Cartel”.
Este pacto entre Maduro e as FARC teria facilitado, segundo o relatório judicial, o envio de enormes quantidades de cocaína da Venezuela para os Estados Unidos, em troca de armas militares, explica o portal argentino El Cronista.
Rotas marítimas e aéreas
Os traficantes de drogas teriam utilizado rotas marítimas e aéreas para transportar substâncias ilícitas. Os embarques marítimos partiram da costa venezuelana para o Caribe e a América Central. A rota aérea ocorria em pistas clandestinas no estado venezuelano de Apure.
Em entrevista ao "La Tercera", o acadêmico do Departamento de Humanidades da Universidade Andrés Bello (Chile), Fabián Andrés Pérez vê a situação da seguinte forma: “É complicado. Acredito que os Estados Unidos e também a oposição venezuelana apostam em que haja uma divisão interna no chavismo”.