Jornalista italiana é libertada após 20 dias presa no Irã
Cecilia Sala embarcou em avião em Teerã com destino a Roma
A jornalista italiana Cecilia Sala, que estava presa no Irã desde 19 de dezembro de 2024, foi libertada da cadeia e embarcou em um avião com destino a Roma nesta quarta-feira (8).
Em nota, o governo da premiê Giorgia Meloni disse que a aeronave "decolou de Teerã poucos minutos atrás", após um "intenso trabalho nos canais diplomáticos e de inteligência".
Ainda segundo o comunicado, a primeira-ministra telefonou aos pais de Sala pessoalmente para informá-los da libertação.
"Meloni expressa gratidão a todos aqueles que contribuíram para tornar possível o retorno de Cecilia, permitindo que ela abrace novamente seus familiares e colegas", afirmou o Palácio Chigi.
Já o pai da repórter, Renato Sala, elogiou o "trabalho excepcional" feito pelo governo. "Foi um trabalho de coordenação extraordinário. Eu confiava na força de Cecilia", acrescentou ele em entrevista à Ansa.
"Nos dias dela na prisão, falei com ela três vezes. Tive a impressão de uma partida de xadrez, mas não havia apenas dois jogadores. Em certo ponto, o tabuleiro ficou lotado, e isso criou fortes temores em um pai como eu, que ignora as jogadas", destacou Renato, que ainda agradeceu ao ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, seu amigo de longa data.
O companheiro de Sala, Daniele Raineri, conversou com a jornalista antes do embarque e garantiu que ela está "emocionada e muito contente" por voltar para casa.
Sala trabalha para a plataforma de podcasts Chora Media e havia viajado ao Irã em 12 de dezembro para produzir uma série de entrevistas, mas acabou detida um dia antes de voltar à Itália, sob a acusação vaga de "violar as leis da República Islâmica".
No entanto existe a suspeita de que a prisão da jornalista tenha sido uma retaliação pela detenção do iraniano Mohammad Abedini Najafabadi no Aeroporto de Milão-Malpensa em 16 de dezembro, a pedido da Justiça dos Estados Unidos, que o acusa de conspirar para exportar componentes eletrônicos americanos ao Irã e de colaborar em um ataque com drones que matou três militares dos EUA em uma base na Jordânia em janeiro de 2024.
Ao menos oficialmente, Teerã nega que os dois casos estejam interligados. (com Ansa)