MUNDO

Hamas rejeita contraproposta de Israel para trégua em Gaza

Grupo islâmico acusa Netanyahu de tentar inviabilizar acordo

Por JB INTERNACIONAL
redacao@jb.com.br

Publicado em 03/04/2025 às 12:16

Ao menos 40 pessoas morreram em Jabalia na última quarta após ataques israelenses Foto: Ansa/AFP

O grupo fundamentalista Hamas rejeitou nesta quinta-feira (3) a mais recente contraproposta de Israel para o cessar-fogo na Faixa de Gaza em troca da libertação de reféns israelenses e de prisioneiros palestinos.

Os detalhes da negociação não foram divulgados.

"O Hamas decidiu por não dar sequência à última proposta israelense apresentada por mediadores", confirmou um integrante da milícia islâmica à AFP, acusando o país judeu de "obstruir uma proposta do Egito e do Catar e de tentar inviabilizar qualquer acordo".

Um outro membro do Hamas pediu "aos mediadores e à comunidade internacional de obrigar Israel a se empenhar a favor da proposta dos mediadores".

No último sábado (29), um alto funcionário do Hamas informou que o grupo havia aprovado uma nova proposta de cessar-fogo, enquanto o gabinete de Benjamin Netanyahu disse que Israel havia apresentado uma contraproposta. No entanto, os detalhes não foram divulgados.

Egito, Catar e Estados Unidos tentam intermediar um nova trégua que garanta a libertação dos cerca de 60 reféns israelenses restantes nas mãos do Hamas, motivo pelo qual Israel justifica a retomada dos bombardeios no enclave desde 18 de março, após dois meses sem ofensivas.

De acordo com um dos funcionários do Hamas, a proposta do Egito e do Catar inclui um cessar-fogo de 50 dias durante o qual o grupo árabe libertaria cinco israelenses, incluindo um com cidadania americana, em troca da libertação de 250 palestinos detidos em Israel, dos quais 150 cumprem penas perpétuas.

Segundo balanço divulgado hoje pelo Ministério da Saúde de Gaza, sob gestão do Hamas, 1.163 palestinos morreram e 2.735 ficaram feridos desde o fim da trégua, em 18 de março.

Ontem, ao menos 40 pessoas faleceram em Jabalia, norte de Gaza, após um ataque a míssil de Israel em um campo de refugiados. Informações da Proteção Civil e da imprensa locais afirmaram que dentre as vítimas, 19 estavam em uma clínica médica da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (Unrwa), sendo nove crianças.

Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, ao menos 50,5 mil pessoas morreram em Gaza e mais de 114 mil ficaram feridas. (com Ansa)

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