Pag. 7 - Israel e Vaticano reatam relações diplomáticas
E m 1993, Israel e o Vaticano aprovaram um histórico “acordo fundamental”, que incluiu reconhecimento diplomático mútuo assim que este fosse assinado por ambas as partes, no dia seguinte, em Jerusalém. O acordo foi comemorado por diplomatas como o passo mais importantes nas relações entre a Santa Sé e Israel desde a fundação do Estado judeu, em 1948, e uma mudança de rumo em 2 mil anos de um frequentemente tenso relacionamento entre católicos romanos e judeus.
A importância do acordo político, elaborado durante 17 meses por uma comissão diplomática mista, não foi superestimada pelo papa João Paulo II. Na audiência concedida ao rabino chefe de São Paulo, o papa enfatizou o fato de a questão em Jerusalém continuar um grande problema, de solução muito difícil, uma vez que, para os católicos, continua inaceitável a proclamação de Jerusalém como capital indivisível de Israel.
O acordo reconheceu “as características singulares e o significado universal da Terra Santa”; estabeleceu que os dois Estados trocassem representantes especiais a serem substituídos por embaixadores quando o acordo entrasse em vigor, após a ratificação pelo Parlamento israelense; estabeleceu que Israel respeitasse os direitos humanos da Santa Sé, as outras religiões e seus fiéis, assim como a garantia de liberdade religiosa aos católicos; fez garantir que as duas partes lutassem contra o antissemitismo, racismo e intolerância religiosa; e, por último, fez com que ambos prometessem respeitar e proteger lugares santos cristãos e promover peregrinações de católicos à Terra Santa, na esperança de melhorar a compreensão entre as religiões.
Por Mauro Santayana: maurosantayana@jb.com.br