Após reunião com Bolsonaro, ministro do Turismo volta a negar existência de caixa 2

Por TALITA FERNANDES

Após se reunir no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) voltou a negar nesta quarta-feira (24) a existência de caixa 2 em candidaturas do PSL em Minas Gerais.

Alvaro Antonio demonstrou incômodo ao ser questionado sobre o recebimento pelo Ministério Público Federal de material de campanha de uma candidata de seu partido cujos gastos não foram registrados na prestação de contas da legenda de Minas Gerais.

"Não, não houve caixa 2. Só isso", disse o ministro, que logo em seguida encerrou a entrevista.

Álvaro Antônio não quis responder se Bolsonaro garantiu a ele sua permanência no cargo.

O ministro foi ao Planalto nesta quarta acompanhado de 27 empresários do setor de turismo. Numa tentativa de demonstração de prestígio, concedeu uma entrevista destacando a importância de sua área de atuação.

Na terça (23), o MPF informou que candidata do PSL entregou na sede do órgão santinhos e adesivos de sua campanha que não foram registrados na prestação de contas.

Zuleide Oliveira (PSL-MG) afirmou ao jornal Folha de S.Paulo em março ter sido chamada por Álvaro Antônio para ser laranja e para desviar dinheiro público.

O ministro do Turismo tem negado irregularidades e tem dito que seguiu a lei durante a eleição.

A candidata confirmou o relato em depoimento na segunda (22), em Pouso Alegre (MG), com detalhes sobre a reunião que diz ter tido com o político em 11 de setembro do ano passado.

O caso dos laranjas do PSL foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo em fevereiro, em uma série de reportagens, também sobre candidaturas de fachada em Pernambuco.

Além do Ministério Público, a Polícia Federal investiga as denúncias.

De acordo com o informativo do MPF, Zuleide entregou 25 mil santinhos e também uma quantidade de adesivos veiculares de propaganda da candidata em dobradinha com Álvaro Antônio, que foi o deputado mais votado em Minas.

O material vai ser encaminhado ao órgão técnico de análise de prestação de contas eleitorais do TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais).

Segundo o MPF, "nem o PSL de Minas Gerais nem o PSL nacional registraram gastos com a campanha de Zuleide Oliveira".