Bolsonaro promete indicar ao STF um ministro "terrivelmente evangélico"
'O estado é laico, mas somos cristãos', diz
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que indicará um ministro "terrivelmente evangélico" para uma das duas vagas que serão abertas no Supremo Tribunal Federal (STF) durante seu mandato.
Durante um culto na Câmara dos Deputados em homenagem à Igreja Universal, e depois ao falar durante sessão solene também em homenagem à entidade, Bolsonaro se comprometeu com a indicação.
"Reafirmo meu compromisso: o Estado é laico, mas nós somos cristãos. E entre as duas vagas que terei direito a indicar para o Supremo, um será terrivelmente evangélico", disse o presidente a uma plateia formada basicamente pela Frente Parlamentar Evangélica e servidores ligados à religião.
As indicações de ministros do STF são uma atribuição do presidente. Os nomes, no entanto, precisam ser aprovados por uma sabatina no Senado.
Em maio deste ano, em um evento da Igreja Assembleia de Deus, em Goiânia, o presidente já havia defendido a indicação de um ministro evangélico para a corte, ao comentar que o STF estaria legislando ao criminalizar a homofobia.
À época, ministros da corte reagiram à ideia. Marco Aurélio Mello, um dos que deverão se aposentar compulsoriamente durante o mandato de Bolsonaro por atingir a idade limite de 75 anos, em julho de 2021, classificou a fala de Bolsonaro como um "arroubo de retórica", e defendeu que o Estado é laico.
Além da vaga do ministro Marco Aurélio, uma outra será aberta a partir de novembro de 2020, com a aposentadoria do ministro Celso de Mello.
Bolsonaro já revelou que havia prometido uma das vagas ao atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, ex-juiz federal responsável pelas condenações da operação Lava Jato.