Justiça determina prisão sem prazo de suspeitos de hackear autoridades
O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do DF, determinou nesta quinta-feira (1º) a prisão preventiva de quatro suspeitos de hackear telefones de autoridades.
Walter Delgatti Neto, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Danilo Marques já estavam presos desde o dia 23 de julho de forma temporária --que tem duração de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Agora, a prisão não tem prazo para vencer.
A decisão judicial foi dada após pedido da Polícia Federal.
Delgatti é o principal suspeito dos ataques. Ele admitiu em depoimento à PF ter entrado nos celulares do ministro da Justiça, Sergio Moro, e de procuradores da Lava Jato, como Deltan Dallagnol.
Afirmou ainda ter sido o responsável por passar mensagens da Lava Jato para o site The Intercept Brasil, de forma anônima, voluntária, e disse que não editou os diálogos.
Policiais apontam que a investigação tem um número muito maior de vítimas do que Delgatti confessou, conforme trabalho da perícia.
Há mais de 5.000 ligações feitas de um canal vinculado a ele para tentativas de invasão, com cerca de mil alvos.
Segundo o depoimento, Delgatti procurou Glenn Grennwald, fundador do The Intercept Brasil, por conhecer sua atuação no vazamento de documentos secretos dos EUA, no caso de Edward Snowden.
Ele afirmou que obteve o contato do jornalista por meio da ex-deputada Manuela D'Ávila (PC do B).
A PF vê contradições nas declarações do principal investigado, mas as buscas feitas em sua casa confirmam, segundo investigadores, sua participação no caso.