Brasileiros pedem ajuda a Bolsonaro para sair da China em surto de coronavírus

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Brasileiros que estão na China gravaram um vídeo com mensagem para o presidente Bolsonaro

Um grupo de brasileiros que vive na China lançou um apelo ao presidente Jair Bolsonaro para que o governo evacue seus cidadãos do país, que vive um surto do novo coronavírus. São mais de 300 mortes e 14 mil contágios até o momento no país.

"Nós, cidadãos brasileiros da cidade de Wuhan, escrevemos essa carta para solicitar o auxílio do governo brasileiro no retorno ao nosso país", diz a carta aberta, datada de 30 de janeiro e publicada em formato de vídeo na plataforma YouTube neste domingo (2).

Os brasileiros citam que cidadãos de outros países, como Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e Japão, já foram retirados de Wuhan por via aérea, e dizem esperar que o governo Bolsonaro dê suporte para a repatriação dos brasileiros. No vídeo, o grupo também diz que o governo chinês demonstra abertura para colaborar com as operações de evacuação de estrangeiros, assim como universidades locais indicaram explicitamente formas de retirada dos estudantes de outros países. Bolsonaro vem até agora descartando a possibilidade imediata de repatriação dos brasileiros.

Na última sexta-feira (31), ele disse que o governo estuda estratégias para buscar os brasileiros que vivem na China e querem retornar ao Brasil. No entanto, para isso ocorrer, seria necessário, antes, resolver entraves jurídicos e diplomáticos. Um deles seria o fato do Brasil não ter uma legislação específica para a quarentena em território nacional de brasileiros recém-repatriados.

Mas, na carta, os brasileiros dizem estar dispostos a cumprir o período de internação e isolamento que o governo determinar, assim como colaborar com qualquer outro procedimento.

Bolsonaro também chegou a comentar com jornalistas que o Congresso precisaria aprovar os gastos com a operação de repatriação - um voo fretado pode custar até US$ 500 mil (cerca de R$ 2 milhões). "Pode ser pequeno para o tamanho do orçamento brasileiro, mas precisa de aprovação do Congresso", comentou.(Ansa)