BRASIL
Empresa envolvida no escândalo da Covaxin deu calote milionário no SUS durante o governo Temer
Por Jornal do Brasil
redacao@jb.com.br
Publicado em 23/06/2021 às 08:59
Alterado em 23/06/2021 às 08:59

A Precisa Medicamentos, investigada pelo MPF por vender imunizantes superfaturados ao governo Bolsonaro e administrada por Francisco Emerson Maximiano, tem envolvimento em outro escândalo no ministério da Saúde: deve, através de sua sócia Global Gestão em Saúde S. A, R$ 20 milhões ao governo referente à compra de remédios de alto custo que nunca chegaram às mãos de pacientes de doenças raras.
O contrato foi firmado durante o governo Michel Temer, quando o ministério da Saúde era chefiado pelo atual líder de Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR).
Mais de três anos depois, a pasta diz ainda negociar o ressarcimento.
A Global – sócia da Precisa Medicamentos – ganhou edital, mas a Anvisa, à época, disse que a empresa não apresentou documentos exigidos para liberar a importação dos produtos. Mesmo assim recebeu o pagamento antecipado.
Ricardo Barros então decidiu investir contra a Anvisa, acusando o órgão de favorecer monopólios.
Chegou a orientar pacientes, por WhatsApp, que fossem à Justiça.
Após decisão da Justiça, a Anvisa autorizou as licenças de importação à Global. Ainda assim, a empresa não conseguiu cumprir o contrato. Apenas poucos frascos foram trazidos ao País e nem sequer foram distribuídos, pois eram apenas amostras de lotes.
Barros e a Global viraram réus.
A procuradora Luciana Loureiro Oliveira afirma que o ministério “insistia” em dar à empresa “todas as oportunidades possíveis de executar” o contrato.
O atual deputado “rechaça” acusações do MPF sobre ter beneficiado a Global e que “repudia” o “ativismo político” de procuradores.
“No caso da empresa Global, houve inexecução contratual e foram adotadas todas as providências pelo ministério (…).” O Ministério da Saúde, a Global e a Precisa Medicamentos não quiseram se manifestar.(com Diário do Centro do Mundo e Folhapress)