E se os seus rins não funcionarem?
Nem todos conhecem o drama daqueles que convivem com problemas nos rins, mas são cerca de 6.000 renais crônicos apenas no município do Rio de Janeiro. Para quem não sabe, estamos falando de pessoas que precisam usar uma máquina para filtrar seu sangue, já que os órgão responsáveis por essa função (rins) estão insuficientes. Geralmente, essas pessoas precisam fazer a Terapia Renal Substitutiva (diálise) 3 vezes por semana e ficam cerca de 4 horas filtrando o sangue nesses aparelho. Esse tratamento é tão caro que a grande maioria não possui condições de pagar e quem não consegue fazer a diálise, está condenado à morte.
Nesse momento surge um novo problema, pois essa terapia só pode ser realizada em clínicas conveniadas com o Sistema Único de Saúde (SUS), já que nossos hospitais públicos não executam mais esse tratamento. Para piorar, quem paga por esse serviço é a Prefeitura (através da Secretaria Municipal de Saúde) com recursos repassados pelo governo federal e aqui, no Rio de Janeiro, há 3 meses o prefeito parou de repassar os recursos para estas clínicas, sem maiores explicações. Estamos falando de clínicas que compram insumos caríssimos e que estão com uma grande quantidade de profissionais realizando procedimentos nessas máquinas de diálise já com 3 meses de salários atrasados. Para minimizar os prejuízos, nos últimos dias essas clínicas estão adotando a estratégia de diminuir os número de horas de diálise de cada paciente.
Exercendo nossa função de vereadores, estamos fiscalizando o Executivo e cobrando da prefeitura uma solução imediata. Caso não tenhamos sucesso, teremos que tentar na justiça e na imprensa obter a resposta para uma pergunta pertinente: seria essa uma atitude criminosa do Prefeito? Afinal de contas, não podemos transformar a lista de transplante renal numa sentença de morte.
* Médico e vereador do Rio (PSOL)