MEIO AMBIENTE
Plano contra desmatamento na Amazônia está pronto e há dinheiro, diz Ricupero
Por JB AMBIENTAL com Agência Estado
Publicado em 17/09/2022 às 07:55
Alterado em 17/09/2022 às 07:55
Ana Paula Grabois - O ex-ministro Rubens Ricupero prevê que o próximo governo poderá enfrentar o desmatamento na Amazônia com êxito. "Temos o projeto, as equipes e dinheiro para começar", afirmou durante debate nessa sexta-feira (16) em torno de propostas ambientais aos presidenciáveis promovido pelo movimento Convergência pelo Brasil.
Ele disse que o projeto da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva de prevenção e combate ao desmatamento na região existe e só precisa de atualização. Equipes do Ibama e ICMBio, desmanteladas no atual governo, podem ser refeitas. Além disso, há dinheiro parado no Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) devido a divergências com o Fundo Amazônia. "Começando com o Fundo Amazônia, vamos gerar mais recursos. Novos recursos virão em função de avanços logrados. A Noruega [maior financiador do fundo] esta pronta para isso. Falta vontade política", disse.
Ricupero enxerga que “apenas uma minoria do agronegócio que está empenhada na destruição” da região.
Ele alertou que, apesar de a economia verde constituir uma grande oportunidade para o País, existe um “perigo subestimado”, o impacto da mudança climática, que precisa ser reduzido. “O assunto está praticamente ausente da campanha presidencial”, comentou após citar que um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que metade da população teria que ser removida de suas residências se nada for feito.
O ex-ministro cobrou do Itamaraty uma política externa mais “ativa” na questão climática e sugeriu que a meta de emissão de carbono seja corrigida, uma vez que a meta do Brasil no último acordo mudou a base de cálculo, o que na prática, aumentou a quantidade de emissão. “Precisamos ter uma postura mais generosa e aberta”
O Convergência pelo Brasil é um movimento de caráter suprapartidário que defende a economia verde como norte da política econômica a ser adotada pelo próximo governo. A iniciativa nasceu de uma carta assinada pelos ex-ministros e ex-presidentes do Banco Central Affonso Celso Pastore, Armínio Fraga, Gustavo Krause, Gustavo Loyola, Henrique Meirelles, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Maílson da Nóbrega, Marcílio Marques Moreira, Paulo Haddad, Pedro Malan, Pérsio Arida, Rubens Ricupero e Zélia Cardoso de Mello.