Empresa nega ter fabricado sistema de jato no acidente da Gol

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REUTERS

SÃO PAULO - A Honeywell International negou nesta segunda-feira ser a fabricante do sistema anticolisão instalado num jato Legacy que se chocou com um Boeing da Gol no ano passado. Segundo a companhia, uma unidade da L-3 Communications e da Thales SA fabricaram o equipamento.

No dia 29 de setembro, um Boeing 737 operado pela Gol chocou-se com um jato executivo Legacy, fabricado pela Embraer e operado pela empresa de fretamento norte-americana ExcelAire. A aeronave da Gol caiu no norte do Mato Grosso matando as 154 pessoas a bordo, no pior acidente da história da aviação brasileira.

O Legacy, por sua vez, conseguiu pousar com segurança em uma base aérea no sul do Pará.

Em novembro, parentes das vítimas do acidente processaram a ExcelAire e a Honeywell, fabricante do transponder do Legacy. O transponder é um equipamento que informa a localização da aeronave em relação ao solo e a outros aviões, e é parte de um sistema para evitar colisões. O processo acusa as duas empresas de contribuírem para que o acidente tivesse acontecido.

Sistemas anticolisão contam com os transponders, que usam ondas de rádio para identificar a localização e a altitude de uma aeronave.

Em documentos entregues a um tribunal em janeiro, cuja cópia a Reuters teve acesso na semana passada, a Honeywell afirma que o sistema anticolisão do Legacy era um TCAS 2000, fabricado pela ACSS, não pela Honeywell.

Na segunda-feira, uma porta-voz da L-3 disse que a ACSS fabricou o sistema anticolisão do Legacy e que a empresa está colaborando com as investigações. A L-3 é a responsável pela joint-venture, que conta com a participação da Thales.

A Honeywell informou na segunda-feira que fabricou os dois transponders instalados no Legacy. Um outro processo, num tribunal de Nova York, cita a Gol, a Embraer, a Honeywell, a ExcelAire e seus pilotos como réus.

O processo não cita a ACSS, uma parceria da L-3 e da Thales.

Um relatório preliminar, divulgado em novembro pela Força Aérea Brasileira --que investiga as causas do acidente-- forneceu informações básicas sobre o vôo e conversas de rádio sem, no entanto, apontar as causas da tragédia.

A FAB disse estar considerando uma série de possíveis causas, incluindo problemas de comunicação entre os pilotos e controladores de vôo, que chegaram a afirmar a existência de 'pontos cegos' no espaço aéreo brasileiro, o que a Aeronáutica e o Ministério da Defesa negam.