Romero Jucá defende saída política para evitar duas CPIs no Congresso

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Agência Brasil

BRASÍLIA - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse nesta terça-feira que a saída política é o único instrumento para barrar a criação de duas comissões parlamentares de inquérito (CPI) destinadas a discutir um único tema, a crise no setor aéreo, no Congresso Nacional.

- Não vamos tratorar (fazer pressão) ninguém. O que nós achamos é que seria uma overdose termos duas CPIs, uma na Câmara e outra no Senado. Mas vamos procurar uma saída política - afirmou Jucá.

Ele falou com a imprensa logo após a reunião de líderes no Senado, que decidiu pela leitura no plenário do requerimento que pede a abertura da CPI, nesta quarta-feira, e pelo prazo de 20 dias para que os partidos indiquem seus membros. Nesses 20 dias podemos construir um acordo com a oposição (DEM e PSDB), caso contrário, serão instaladas as duas CPIs, disse Jucá.

Segundo o senador, a preocupação da base aliada é que a instalação de duas comissões pode se transformar num problema não só para o governo, mas também para o Congresso Nacional.

- Vai criar desarmonia e ampliar os problemas entre a Câmara e o Senado.

O líder do Democratas, senador José Agripino (RN), não acredita em acordo e aposta na instalação das duas CPIs - o Supremo Tribunal Federal (STF) decide, possivelmente nesta quarta, se é direito da minoria na Câmara dos Deputados implementar a CPI na Casa.

- A correlação de força no Senado é conveniente à oposição. Já, na Câmara, a mesma CPI pode ser tratorada, por ser uma correlação de força desigual - assinalou Agripino.

Assim, segundo ele, a única chance de evitar as duas CPIs seria a costura de um amplo acordo entre as bancadas governistas e de oposição da Câmara e do Senado.

- O que não acredito - afirmou.

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), é da mesma opinião.

- Não cogitamos acordo para evitar a CPI aqui. Teremos duas comissões de inquérito - destacou.

Virgílio acrescentou que a oposição vai pleitear a relatoria.

Já o líder do PSB, partido da base do governo, Renato Casagrande (ES), destacou a 'falta de bom senso da oposição, por querer instalar duas CPIs.

- Isso não tem tradição aqui no Congresso, e não passa uma imagem boa para a sociedade. Acho possível fechar um acordo - completou.