Cratera no Metrô: 61 pessoas continuam em hotéis

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Portal Terra

RIO - Os moradores desalojados de ruas vizinhas à cratera aberta após o desabamento da futura estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô, na zona oeste de São Paulo, reclamam dos cinco meses passados em hotéis. Das 190 pessoas que tiveram que deixar suas casas, em janeiro deste ano, 61 ainda negociam com a seguradora do Consórcio Via Amarela, segundo o O Estado de S. Paulo.

O comerciante Reginaldo Moraes aguarda ansiosamente poder voltar para seu sobrado na rua Capri. Com um filho de 1 ano e 9 meses ele diz que "é terrível estar em um lugar na situação em que nada é seu. Preferia estar em casa, comendo pão e banana, mas sabendo que tudo o que está lá é fruto do meu esforço".

O corretor de imóveis Antonio Manuel Dias Teixeira também possui um apartamento na rua Gilberto Sabino. Segundo ele, a conta mensal de hotel para ele, sua mulher e seus dois filhos é de R$ 16 mil e, conforme suas estimativas, o consórcio gastaria cerca de 8 vezes menos com aluguel e condomínio de um apartamento na região.

- Não entendo como gastam tanto e não atendem a nossos pedidos - disse ele ao Estado.

O consórcio Via Amarela justificou-se em nota, afirmando que mantém as famílias em hotéis "porque há todo interesse numa solução rápida dos problemas". Para a Defensoria Pública de São Paulo, responsável por 55 casos, sendo que 41 deles já foram solucionados, a seguradora poderia propor uma saída intermediária.

- A longa permanência nos hotéis causa angústia às famílias - diz a defensora Renata Tibyriçá.