Para Chinaglia, desentendimento com ativistas foi um 'incidente'

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Agência Brasil

SÃO PAULO - O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, negou nesta quinta-feira, em São Paulo, que tenha expulsado de seu gabinete, em Brasília, ativistas do movimento negro que entregaram a ele um abaixo-assinado com 100 mil assinaturas favoráveis à votação e a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Chinaglia classificou o episódio de hoje como um incidente .

- De repente, eles entraram e fizeram uma manifestação dentro da sala da presidência. Para eles, pode ter parecido absolutamente normal e democrático. Mas na Câmara há espaços em que não se pode haver manifestações - disse Chinaglia, que participou na noite de hoje da inauguração da emissora Record News.

- Houve um noticiário de que eu botei para fora. Eu não os botei para fora - disse, voltando a explicar que tinha um compromisso agendado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que estaria sem horário para atender aos representantes do movimento negro.Chinaglia afirmou aos jornalistas que apenas repreendeu os ativistas e que os alertou de que o gabinete não seria um local para se fazer manifestações porque senão fica parecendo que, no 'grito', as pessoas podem convencer o conjunto da Casa .

Indagado se o governo Lula poderia perder a batalha no Senado na votação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o presidente da Câmara disse que não está dado que o governo vai perder a votação da CPMF e que acredita que o Senado vai repensar a questão.

- Evidentemente que esse episódio de cair uma medida provisória, que criava uma secretaria com nível de Ministério, aponta para uma situação em que o governo pode não ter maioria em determinados temas. Mas não é incomum o Congresso mandar 'recados' às vezes ou ter discordância de um tema ou concordância em outro - disse.

Também estiveram presentes à cerimônia de inauguração da Record News, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o governador de São Paulo José Serra, o prefeito da capital Gilberto Kassab, os ministros Marta Suplicy (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social) e os senadores Eduardo Suplicy e Romeu Tuma, entre outros.