Brasil será escala de Ban no caminho para acordo sobre o clima

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Agência EFE

BUENOS AIRES - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta terça-feira que a sua viagem pelo Brasil e outros países da América Latina, que começa na próxima quarta-feira, faz parte do "caminho para Bali", onde as Nações Unidas pretendem fechar um acordo para uma maior redução das emissões dos gases responsáveis pelo aquecimento global.

A ilha indonésia receberá em dezembro uma conferência mundial na qual a ONU espera assentar as bases do acordo que em 2012 deverá substituir o Protocolo de Kioto.

- Conseguimos um bom impulso depois da cúpula da ONU de 24 de setembro. Agora devemos aproveitar para chegar a Bali. Quero conseguir um maior impacto político com minha visita à América do Sul -, explicou.

No Brasil, última etapa da viagem pela América do Sul, Ban vai conhecer o programa de reflorestamento da Amazônia e os avanços da indústria de biocombustíveis na busca de uma alternativa ao petróleo.

Sobre a sua visita ao Brasil, o secretário-geral disse que está interessado em ver "como o Governo brasileiro tomou a iniciativa e elaborou estratégias para preservar a floresta amazônica e observar as conseqüências do desmatamento".

Além disso, ele deverá se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e inspecionar uma usina de etanol no estado de São Paulo.

Ban reconheceu as críticas ao uso de terras agrícolas para a produção de combustível, quando ainda há milhões de pessoas afetadas pela fome no planeta. Mas lembrou que os relatórios da própria ONU alertam que "os biocombustíveis representam uma grande promessa para conseguir uma redução das emissões de dióxido de carbono".

- A eliminação da pobreza extrema é também uma alta prioridade. Reconciliar e equilibrar estes temas é muito importante. Conversarei sobre isso com os líderes brasileiros e verei eu mesmo a situação -, afirmou.

Ban deve partir esta noite em direção a Buenos Aires, onde amanhã se reunirá com o presidente da Argentina em fim de mandato, Néstor Kirchner, e a presidente eleita, Cristina Fernández. Em seguida, vai a Santiago do Chile para assistir à abertura da Cúpula Ibero-Americana, dia 8 de novembro.

Ainda no Chile, o secretário-geral vai à cidade de Punta Arenas, no sul, de onde visitará as geleiras em retrocesso do Parque Nacional Torres del Paine e voará até a Antártida. - Quero ver as conseqüências do aquecimento global e os seus efeitos no derretimento das geleiras -, disse.

Depois de visitar o Brasil, o secretário-geral viajará para a Tunísia, onde assistirá a uma conferência sobre contraterrorismo da Organização da Conferência Islâmica. Em seguida, na cidade espanhola de Valência, dia 17 de novembro, vai participar da publicação do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), ganhador do Prêmio Nobel da Paz.