Graziano defende políticas específicas para combater desigualdades

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JB Online

BRASÍLIA - Uma novidade que vem sendo implantada para tentar reduzir as desigualdades sociais na América Latina e Caribe é a elaboração de políticas específicas para regiões e grupos sociais distintos. A informação é do representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) para América Latina e Caribe, José Graziano.

Após as discussões da manhã de hoje na 30ª Conferência Regional da Organização da Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, Graziano disse que, ao longo dos anos, tem se usado o mesmo 'remédio' para 'doenças' com causas distintas. - Não adianta mais comprar terno feito, tem que fazer um terno sob medida. Cada grupo social tem as suas particularidades, especificidades. Nós temos que chegar a eles e, para isso, temos que desenhar políticas mais sob medida - afirmou.

Graziano informou que alguns países já começam a aplicar essas políticas. - Isso é novo, mas nós já temos países, como a Bolívia, o Peru, a Nicarágua, entrando nesse caminho de gerar políticas não gerais, mas políticas para a agricultura familiar, políticas para os indígenas. Isso é um avanço muito forte - acrescentou.

Ele lembrou que a região da América Latina e Caribe apresenta o maior índice de desigualdade social do mundo, superando a África. Apesar disso, alguns países, como o Brasil e o Chile, já começam a colher os resultados de suas políticas específicas para grupos sociais distintos.

Levando-se em conta os indicadores de subnutrição, o Brasil tinha 18,5 milhões de pessoas nessa condição em 1990, cerca de 12% da população à época, de acordo com a FAO. Em 2004, eram 13,1 milhões de subnutridos, o equivalente a 7% dos habitantes do país. Mesmo assim, o Brasil tem o maior número de subnutridos da América Latina, mais que o dobro do México, segundo colocado, com 5,3 milhões.

Com informações da Agência Brasil