Supremo adia julgamento de Paulo Medina

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Portal Terra

BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, anunciou o adiamento da análise do processo que sugere denúncia contra o ministro afastado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Paulo Medina. A sessão plenária que irá discutir o caso será retomada às 9h de quinta-feira com o voto do relator, ministro Cezar Peluso.

Afastado de suas funções desde o ano passado sob a acusação de vender sentenças judiciais, o ministro teve seu nome envolvido na Operação Furacão, da Polícia Federal, desencadeada em 13 de abril do ano passado.

Gravações da própria PF, obtidas com autorização judicial, apontam o irmão do juiz, Virgílio Medina, negociando o pagamento de R$ 1 milhão para a concessão de uma liminar liberando o funcionamento de 900 máquinas caça-níqueis em Niterói (RJ). Paulo Medina é apontado pelos policiais como a pessoa central no esquema.

Durante a sessão plenária desta quarta-feira, o advogado do magistrado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakai, defendeu a honradez de Medina e comparou as denúncias a um "calvário (...) suficiente para liquidar parte do juiz e parte do homem".

- Encontrei um homem moralmente quebrado, com indignação profunda - defendeu.

Criado em 1989, o STJ teve apenas um caso parecido com de Paulo Medina. Em 2004, o ministro Vicente Leal pediu aposentadoria após indícios de sua vinculação com a Operação Diamante, também de venda de decisões judiciais. Catorze meses após a abertura de investigação no STJ, Leal requereu aposentadoria para, segundo ele, evitar "recíprocos constrangimentos".

A sessão do STF que discutirá o destino de Paulo Medina também irá avaliar a participação do desembargador José Eduardo Carreira Alvim, do juiz federal do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, Ernesto Pinto Dória, do procurador regional João Sérgio Leal Pereira e do advogado Virgílio Medina. O desembargador José Ricardo de Siqueira Regueira, citado na Operação Furacão, faleceu em julho.