Lula: "barbárie" do MST não precisa de dinheiro público

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Portal Terra

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da silva voltou a afirmar nesta terça-feira que "atos de barbárie", como a destruição de um laranjal da fazenda da empresa Cutrale pelo Movimento dos Sem Terra (MST), não são resultado de um possível uso de recursos públicos para o financiamento das manifestações, e sim um retrato da "falta de bom senso" das pessoas que estão protestando supostamente em prol de uma maior política de reforma agrária.

- Não sei se (recursos públicos) estão sendo usados para alimentar. Um ato de barbárie não precisa de dinheiro, precisa apenas de falta de bom senso - disse o presidente.

Lula, que evitou dar uma resposta direta ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, explicou que "as entidades que pedem dinheiro a algum órgão do governo têm que apresentar documentação, proposta, passar por um crivo e aí têm direito ou não tem direito (de receber dinheiro público)".

Em um seminário promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Mendes afirmou que o governo precisaria, por lei, interromper os subsídios para entidades que promovessem invasões e atos de violência.

Mais cedo, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, havia classificado de "retrocesso" qualquer tentativa de criminalizar manifestações sociais, como o MST.

Na avaliação do coordenador político do governo, na CPI instalada para apurar a assinatura de convênios do governo federal com o MST o governo exercerá seu direito de maioria e deverá controlar os postos-chave do grupo de investigação.

- O governo vai deixar muito claro que considera um retrocesso qualquer tentativa de criminalização de representantes seja de empresários, de produtores rurais ou de trabalhadores - disse Padilha após participar de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Tenho certeza absoluta que a bancada do governo vai cumprir aquilo que é o direito de ser maioria. A maioria tem direito de indicar os cargos e tem a responsabilidade de indicar os cargos - observou. - É importante que a CPI cumpra seu papel, mas que ela não venha atrapalhar o bom momento que vivem a agricultura familiar e o agronegócio no País.