Moda artesanal na SPFW

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Iesa Rodrigues, Jornal do Brasil

SÃO PAULO - Acabou sexta-feira a edição de inverno 2010 da São Paulo Fashion Week, depois de 38 desfiles ao longo da semana. Isabela Capeto abriu a agenda, com uma coleção que remeteu à identidade original do seu estilo, pioneiro na moda artesanal de luxo. No lugar da passarela tradicional, ou da passadeira básica, as modelos caminharam sobre degraus forrados de verde, junto a uma das paredes do salão no shopping Iguatemi, no conceito assinado pelo diretor Alberto Renault.

As roupas exibiam trabalhos de aplicações de flores sobre jeans, estampa de teias de aranha douradas sobre longo de musseline rosa, debruns de pastilhas coral em vestidos, casacão de barras de pele e bordados e um vestido inteiramente bordado com miçangas formando um quadriculado colorido, precioso. Um destaque: as cabeças com os tecidos trançados no cabelo, versão soft do penteado moicano.

Outra grife carioca, a Reserva, abordou um assunto forte desde os anos 1960, quando Andy Warhol previu que em breve todos teriam 15 minutos de fama. O culto às celebridades está no auge, e o trio Rony Meisler, Fernando Sigal e Diogo Mariani desenvolveu paletós com debruns refletivos, casacos espelhados e echarpes de tricô prateado para os homens que pretendem chamar a atenção dos flashes. Esta embalagem conceitual irreverente foi precedida de manifesto lido por Felipe Andreolli, do programa CQC.

Nem tudo foi bom-humor e otimismo, já que Marcelo Sommer, autor da marca Do Estilista, mostrou uma série de vestidos estilo bailarina com tules esfarrapados e casacos masculinos em tecido desgastado.