OAB aponta nepotismo cruzado entre Executivo e Judiciário no Pará
BELÉM - Levantamento da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) identificou ao menos seis parentes de desembargadores do Pará nomeados para cargos subordinados diretamente ao governador Simão Jatene (PSDB). Entre eles, estão filhos e mulheres de magistrados.
A suspeita de nepotismo cruzado entre o governo e o Judiciário levou a OAB paraense a pedir na segunda-feira a investigação de juízes e o afastamento, pela Justiça Federal, de todos os funcionários comissionados do Estado.
Segundo o presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos do Carmo, os salários variam entre R$ 3 mil e R$ 7 mil. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A OAB diz ter analisado 442 nomeações em cargos de assessorias ligados ao gabinete de Jatene. O governo deve gastar por volta de R$ 30 milhões por ano com salários desses servidores. A pesquisa não incluiu nomeações de secretarias e outros órgãos.
O governo de Jatene disse, em nota, que não existe nepotismo cruzado no Estado. Afirmou que todos os cargos de diretoria da Casa Civil, da Casa Militar e no cerimonial são ocupados por assessores especiais. A administração estadual falou ainda que a nomeação de assessores é fundamentada em lei de 1994, e que os salários variam de R$ 545 a R$ 4,07 mil.