Irmã de Alencar diz que sofreu com ele dia e noite por câncer

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Ao final da cerimônia de cremação do ex-vice-presidente da República José Alencar Gomes da Silva, 79 anos, a família agradeceu o apoio do povo brasileiro durante o tempo em que ele lutou contra o câncer. Célia Peres da Silva Freitas, irmã de Alencar, afirmou que sofreu dia e noite durante o período em que seu irmão esteve doente.

"Tinha muito respeito pelo Zezé. Ele sempre foi extraordinário. Rezei muito e pedi a Deus misericórdia. Ele sabia que tinha uma doença muito grave, independentemente do que os médicos diziam. Ele sabia que estava morrendo, mas teve uma morte serena", afirmou Célia no cemitério e crematório Renascer, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

Antonio Gomes disse que a principais lembranças que guardará do irmão são a solidariedade e a retidão com que ele conduziu a sua vida. "O Alencar sempre foi uma pessoa muito correta e foi essa a principal lembrança que ele deixa", disse. Segundo ele, as cinzas de Alencar serão entregues ainda nesta quinta-feira à família, que as levará à igreja de Itamuri, distrito de Muriaé, onde Alencar foi batizado.

Alencar enfrentava câncer desde 1997

 O empresário mineiro e ex-vice-presidente da República José Alencar morreu às 14h41 de terça-feira, aos 79 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com nota oficial da instituição, Alencar morreu em decorrência de câncer e falência de múltiplos órgãos. Ele lutava contra a doença desde 1997. Ao todo, foi submetido a 17 cirurgias nos últimos 13 anos.

O ex-vice-presidente foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na segunda-feira, com um quadro de suboclusão intestinal, em "condições críticas". Ele havia recebido alta em 15 de março, após uma internação de mais de um mês na instituição devido a uma peritonite (inflamação da membrana que reveste a cavidade abdominal) por perfuração intestinal.

Alencar nasceu em 17 de outubro de 1931, num povoado às margens de Muriaé, cidade de 100.063 habitantes no interior de Minas Gerais, próxima à fronteira com São Paulo. Ele era casado com Mariza Campos Gomes da Silva, com quem teve três filhos.

Em 1967, em parceria com o empresário e deputado Luiz de Paula Ferreira, fundou, em Montes Claros, a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), hoje um dos maiores grupos industriais têxteis do País. Estabelecido no setor empresarial, candidatou-se para o governo de Minas em 1994 e, em 1998, conquistou uma vaga no Senado Federal pelo Estado. Elegeu-se vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, tendo sido reeleito junto com o petista em 2006.