'Políticos virtuosos merecem flores', diz vice-governador de Minas em velório

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BELO HORIZONTE - O vice-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, afirmou durante o velório do ex-vice-presidente da República José Alencar, que "adversários não mandam flores, mas políticos virtuosos merecem flores e reconhecimento". Segundo ele, o legado de Alencar estará no trabalho e na grande sensibilidade que teve como homem público.

Aliado de Alencar e muito emocionado, o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, disse que Alencar teve uma relação despojada com o poder e é uma referência tanto na sua vida quanto na de sua família. "Tivemos uma relação muito longa aqui em Minas Gerais e depois no governo. Ele ficará nos nossos corações e terá um lugar definitivo na história do Brasil", disse.

O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, afirmou que Alencar era uma pessoa simples, que não passou pela universidade, mas deixou um império econômico significativo. "Ele é uma pessoa simples, do interior. É bom que a academia ouça aqueles que não estudaram, mas que deixam lições de vida muito significativas."

O empresário mineiro e ex-vice-presidente da República José Alencar morreu às 14h41 de terça-feira, aos 79 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com nota oficial da instituição, Alencar morreu em decorrência de câncer e falência de múltiplos órgãos. Ele lutava contra a doença desde 1997. Ao todo, foi submetido a 17 cirurgias nos últimos 13 anos.

O ex-vice-presidente foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na segunda-feira, com um quadro de suboclusão intestinal, em "condições críticas". Ele havia recebido alta em 15 de março, após uma internação de mais de um mês na instituição devido a uma peritonite (inflamação da membrana que reveste a cavidade abdominal) por perfuração intestinal.

Alencar nasceu em 17 de outubro de 1931, num povoado às margens de Muriaé, cidade de 100.063 habitantes no interior de Minas Gerais, próxima à fronteira com São Paulo. Ele era casado com Mariza Campos Gomes da Silva, com quem teve três filhos.

Em 1967, em parceria com o empresário e deputado Luiz de Paula Ferreira, fundou, em Montes Claros, a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), hoje um dos maiores grupos industriais têxteis do País. Estabelecido no setor empresarial, candidatou-se para o governo de Minas em 1994 e, em 1998, conquistou uma vaga no Senado Federal pelo Estado. Elegeu-se vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, tendo sido reeleito junto com o petista em 2006.