ABGLT: kit anti-homofobia do MEC não ensina a ser homossexual
O presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, afirmou nesta quarta-feira que o grupo de entidades que criou o kit "Escola sem Homofobia" se reuniu ontem com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para apresentar o material que deve ser usado nas escolas públicas no segundo semestre deste ano. Reis criticou os parlamentares que são contra o kit e disse que "é mentira que ensina a ser homossexual".
O presidente da associação afirmou que o ministro e pelo menos dez parlamentares que acompanharam a reunião, elogiaram o material. "Estamos muito felizes que o kit já passou por diversas fases de aprovação no ministério. Agora esta no comitê editorial", disse, ao afirmar que essa é a última etapa para que seja levado às escolas públicas.
"Ainda não foi definida uma data, porque tem que passar pelo comitê editorial. Mas em breve terão início as capacitações dos professores nos Estados", disse Reis. Segundo ele, serão preparados agentes multiplicadores nas regiões, que irão treinar os professores das escolas públicas para debater com os alunos do ensino médio o material.
Segundo a ABGLT, o kit é composto de um caderno de apresentação - que traz sugestões de atividades para o professor trabalhar o tema em sala de aula - seis boletins para os alunos, cartaz e vídeos.
Três supostos vídeos estão disponíveis na internet: Encontrando Bianca (fala sobre um travesti), Torpedo (relação entre duas meninas lésbicas) e Probabilidade (trata da bissexualidade), no entanto, após reunião com parlamentares da bancada evangélica e católica da Câmara dos Deputados, o ministro da Educação, Fernando Haddad, negou que o material em circulação conhecido como "kit gay" - produzido para ser distribuído em escolas públicas na tentativa de diminuir o preconceito contra homossexuais ¿ seja oficial do MEC.
Ao dizer que os vídeos têm por objetivo "promover o respeito à diversidade", Reis criticou o deputado Jair Bolssonaro (PP-RJ), que distribuiu um panfleto em que afirma que "o MEC incentiva o homossexualismo nas escolas públicas".
De acordo com o MEC, os vídeos, com duração média de 5 minutos, serão trabalhados em sala de aula (não são para distribuição aos alunos). O material deverá ser enviado a 6 mil escolas de ensino médio no segundo semestre.