Professores mantêm greve na maioria das universidades federais da Região Sul
Os professores da maioria das universidades federais localizadas na Região Sul do país continuam em greve. Conforme levantamento concluído hoje (29) pela Agência Brasil, das 11 universidades federais existentes na região, apenas duas não registram nenhuma paralisação da categoria, neste momento: a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) deve retomar as aulas no próximo dia 3.
A greve dos professores atinge ainda, de forma parcial, os cinco institutos federais de educação localizados nos estados do Sul, com algumas unidades paradas e outras funcionando, a depender do campus. Todas as informações foram verificadas diretamente com as assessorias de cada instituição de ensino.
Na UFRGS, que retomou as aulas anteontem (27), o novo calendário acadêmico prevê o encerramento do segundo semestre letivo em 16 de janeiro de 2013. Na UFCSPA, que registrou greve parcial durante apenas uma semana, sem prejuízo ao calendário, todos os professores estão dando aula desde o último dia 6 de agosto.
A greve prossegue nas outras quatro universidades sediadas no Rio Grande do Sul: Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
No Paraná, os professores das três universidades com sede no estado continuam em greve. Na maior delas, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o calendário acadêmico segue suspenso, com exceção dos anos finais do curso de medicina e dos cursos de oceanografia e de petróleo e gás, que decidiram retomar as atividades.
Dos 12 campi da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), apenas um, o de Guarapuava, tem aulas normalmente. Os outros 11 estão com as atividades paralisadas e com o calendário suspenso. Na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR), 15 dos 16 cursos de graduação estão parados. Somente o curso de ciências biológicas está funcionando.
Em Santa Catarina, a greve dos professores das instituições federais de ensino superior suspendeu os calendários acadêmicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), esta última com campi também no Paraná e no Rio Grande do Sul.
Na UFSC, uma fração da categoria decidiu ontem (28) manter a greve. Uma outra parte, que segundo a assessoria de imprensa da universidade representaria cerca de 80% da base, decidiu voltar ao trabalho no último dia 16. O conselho universitário da UFSC decidiu hoje (29) retomar as aulas a partir do próximo dia 3 de setembro.
Os cinco institutos federais de educação localizados na Região Sul estão com o movimento de reivindicação dividido. Dez dos 12 campi do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) estão em greve. No Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), a paralisação atinge dois dos nove campi em funcionamento.
Dos 19 campi do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), 15 estão com atividades paralisadas. No Instituto Federal Catarinense (IFC), de um total de 11 campi, três estão em greve.
Já a maioria dos professores do Instituto Federal do Paraná (IFPR) decidiu voltar ao trabalho no começo de agosto. Na unidade do IFPR em Curitiba, as aulas foram retomadas no último dia 13. Dos 14 campi do instituto no Paraná, 12 voltaram ao trabalho, após assembleias. Apenas as unidades de Paranaguá e Londrina do IFPR decidiram manter a greve.
"Fizemos avaliação em assembleias e a maioria dos professores do IFPR definiu pelo retorno às atividades", disse Nilton Brandão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica e Tecnológica do Paraná (Sindiedutec). "Agora, a definição do novo calendário acadêmico dependerá de negociações locais, em cada unidade, já que a entrada na greve aconteceu em momentos diferentes."
O governo federal considera encerrada a negociação com a categoria desde o último dia 13, quando assinou um acordo com o Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que aceitou a proposta de reajuste, com percentuais que variam de 25% a 40%. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) rejeitou o acordo e apresentou uma contraproposta ao governo, que não reabriu a negociação.