Comissão de Segurança Pública discute violência em São Paulo

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A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado promove audiência pública nesta tarde sobre a crise na segurança pública do país, em especial em São Paulo. Apesar de ter índices decrescentes de homicídios há 11 anos, o estado assiste agora ao crescimento dos homicídios, sobretudo de policiais. Foram 90 policiais assassinados desde o início do ano.

As autoridades paulistas acreditam que muitos homicídios têm sido ordenados pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A organização já foi responsável por uma grande rebelião nos presídios paulistas em 2001 e uma onda de violência em 2006. Hoje, acredita-se que a maior parte de seus líderes está presa, mas de dentro das prisões eles estariam comandando os atos de violência.

A reunião foi solicitada pelos deputados paulistas Vanderlei Siraque (PT), Delegado Protógenes (PCdoB) e Alexandre Leite (DEM). Para o deputado Protógenes, é preciso reforçar a ação coordenada que só nesta semana começou a ser implementada entre o governo federal e o estadual.

"É muito preocupante. A cada dia que passa sem uma ação concreta nos três níveis de poder, de uma forma integrada, sem uma ação coordenada, não vamos conseguir solucionar o problema de São Paulo”, afirmou Protógenes.

Em visita à Câmara hoje, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse que o governo municipal vem contribuindo para a redução dos índices de violência na cidade. Ele citou especificamente os gastos da prefeitura com a modernização dos equipamentos do setor. Além disso, segundo Kassab, os policiais militares passaram a trabalhar em suas horas de folga, com ganhos adicionais no salário. A medida, de acordo com o prefeito, diminui os conhecidos “bicos” em instituições privadas. “O objetivo dessas iniciativas é contribuir com o estado. A prefeitura tem responsabilidade com o país e tudo o que estiver ao nosso alcance será feito”, afirmou.

Foram convidados para o debate representantes do Ministério da Justiça; da Superintendência da Polícia Federal no Estado de São Paulo; e da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Por enquanto, apenas o coronel Elias Miller, representante da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais (Feneme), confirmou presença.