Câmeras registram morte de advogado executado com 4 tiros no PR

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Imagens de câmeras de segurança captaram o exato momento em que o advogado Roberto Teixeira Duarte, 37 anos, foi executado, após ser alvo de quatro disparos na manhã da última sexta-feira (12), em Campo Mourão, a 460 quilômetros de Curitiba. Um vídeo mostra cenas do advogado saindo do interior de uma funilaria, onde havia levado sua caminhonete para o conserto. 

Roberto aguardava a chegada da esposa, que iria buscá-lo no local. Nas imagens, o advogado vai até à rua, tenta localizar a mulher, e retorna até a calçada, onde conversa com um funcionário do estabelecimento.

Segundos depois, a gravação mostra a chegada de um motociclista que passa pelo local em velocidade reduzida e para logo à frente. Antes de descer, ele olha para a avenida como se esperasse a chegada de alguém ou quisesse verificar o movimento da via. 

Na sequência, o homem desce da moto e, sem tirar o capacete, caminha em direção ao advogado, retirando a arma da cintura. Pelas costas, o motociclista faz o primeiro disparo em direção à cabeça da vítima. Surpreendido, Roberto se abaixa e consegue se esquivar da bala. Imediatamente, o assassino faz um segundo e um terceiro disparos, atingindo o advogado ainda durante a queda. Antes de fugir, o atirador retorna para disparar novamente. 

As cenas mostram ainda a chegada da esposa do advogado. Enquanto o motociclista foge, desce do carro e corre de encontro ao corpo da vítima, que morreu no local, antes de ser atendido.

A Polícia Civil de Campo Mourão está próxima de solucionar o crime. O vídeo obtido pelo Terra foi analisado por policiais, que encontraram detalhes que podem levar à prisão do assassino. Fontes policiais disseram que as investigações apontam que o crime teria sido encomendado. Oficialmente, a delegada Maria Nysa Moreira Nanny, que apura o caso, descarta apenas a hipótese de latrocínio.

Agiotagem, extorsão e sequestro

Apesar de ter o registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Teixeira não atuava na profissão há algum tempo e estaria ligado ao ramo da agiotagem, de acordo com investigações da polícia. O advogado já havia cumprido pena no presídio da cidade pelo crime de extorsão mediante sequestro. 

No ano de 2000 ele foi sentenciado a seis anos e oito meses de reclusão por participar de uma quadrilha que envolvia policias civis e rodoviários. O grupo exigia dinheiro de pessoas envolvidas em contravenções ou infrações administrativas sob a ameaça de detenção na delegacia de Campo Mourão.

Em 2002, Roberto foi destaque no noticiário nacional ao lado do então delegado da cidade, Roberval Butaccini, afastado do cargo pela Secretaria de Segurança do Paraná, após ter levado o advogado para jantar em sua residência. Na época, o advogado cumpria pena na delegacia comandada por Butaccini. O delegado alegou que era amigo de longa data do advogado preso e que o havia "escoltado" durante o jantar.

Após a morte do advogado na última sexta-feira, a subseção da OAB local emitiu nota exigindo agilidade e rigor na apuração do assassinato e informando que uma comissão de advogados acompanharia as investigações sobre o caso.