Polícia revista casas de manifestantes em ação contra vandalismo no RS

Por

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realizou nesta terça-feira uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão na sede de movimentos sociais e residências de manifestantes ligados aos protestos realizados desde junho em Porto Alegre. Entre os alvos da operação estão entidades ligadas aos partidos Psol e PSTU, que acusam o governo de perseguição política. No entanto, o secretário de Segurança, Airton Michels, afirmou que os mandados são todos chancelados pela Justiça e que a tarefa da polícia é de investigação.

Entre os locais revistados está a residência do estudante de História Matheus Gomes, coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e filiado ao PSTU, assim como a casa de Lucas Maróstica, militante do Psol. Ambos integram o Bloco de Lutas pelo Transporte Público, movimento que liderou a onda de protestos contra o aumento da tarifa dos ônibus em Porto Alegre.

Em nota, o PSTU acusa o governador Tarso Genro (PT) de criminalizar os movimentos sociais e classifica a operação como uma "ação absurda". O partido relata ainda que o espaço cultural anarquista Moinho Negro também foi "invadido" pela polícia, "em busca de computadores e celulares, sob a acusação de formação de quadrilha".

"Mais uma vez, o governo Tarso reprime e persegue lutadores que participaram ativamente das mobilizações que vêm sacudindo o País desde junho. É a mesma postura repressiva que o governo utilizou de forma generalizada contra as passeatas, através do uso de bombas de gás e tiros de borracha. São métodos violentos similares aos da ditadura militar, com agentes infiltrados no movimento, e agora com perseguição e invasão das casas de vários ativistas", diz o texto do PSTU.

Em entrevista coletiva, o secretário de Segurança, Airton Michels, afirmou que o objetivo da operação era colher dados para ajudar na investigação quanto à autoria de delitos de vandalismo cometidos durante os protestos. A Polícia Civil não informou quantos mandados de busca e apreensão foram cumpridos, nem a identidade dos suspeitos.