Hospitais de SP têm mais de cem pacientes que não sabem quem são

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Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo apontou a existência de 117 pacientes não identificados em hospitais públicos e particulares do Estado. São pessoas achadas na rua desmaiadas ou com traumatismos na cabeça. A maioria é idosa e há a suspeita de que alguns fossem moradores de rua. Em alguns dos casos, há a suspeita de que as pessoas tenham sido abandonadas pela própria família. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Geralmente, os pacientes “sem nome” são levados a prontos-socorros e, após alta, transferidos para hospitais que internam por um período mais longo pacientes crônicos - com sequelas de um derrame, por exemplo. No hospital do Jaçanã, ligado à Santa Casa, entre os atuais 403 pacientes, 20 foram recebidos sem RG.

Alguns estão acamados e requerem cuidados contínuos. Outros, porém, já poderiam ir para casa - se soubessem onde ela fica. Entre os internados no hospital do Jaçanã está Maria Mudinha, nome dado a uma idosa, debilitada, ao dar entrada no hospital há quatro anos. Em 2012, ela balbuciou o que as enfermeiras suspeitam ser seu nome: Dalva.

Como ela, outros 636 pacientes foram internados em hospitais sem identificação. De lá pra cá, a maioria teve alta ou acabou morrendo, como indigente.

Diante dos “sem nome”, os hospitais passaram a pedir na Justiça a chamada certidão de nascimento tardia. "É dar uma maior dignidade à pessoa", diz Sandra Bin Dias, assistente social do Hospital Auxiliar de Suzano, do HC de São Paulo.

Foi o que aconteceu com Pinguim, internado há 31 anos no Centro de Reabilitação de Casa Branca, hospital no interior paulista. Com dificuldades na fala, só sabia dizer o próprio apelido. Com a nova certidão de nascimento, ele passou a ser Luis Antônio Pinguim Figueiredo. Luis era o nome de um amigo seu, motorista do hospital. Antônio, o de outro motorista. E Figueiredo, o sobrenome de uma funcionária.