Juiz de SP nega liberdade a ativistas e chama black blocs de ‘esquerda caviar’
O juiz da 10ª Vara Criminal, Marcelo Matias Pereira, do Fórum da Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista, chamou os black blocs de 'esquerda caviar' ao negar, semana passada, os pedidos de liberdade para dois manifestantes presos em junho por suspeita de atos violentos durante a Copa do Mundo.
Os termos foram usados pelo magistrado na decisão da última sexta-feira (1º), quando negou os pedidos de liberdade provisória feitos pelos advogados de Fábio Harano e Rafael Lusvarghi.
“’Black Blocs’, que passaram a promover todo tipo de arruaça, depredação, destruição e horror, vergonha nacional e mundial (...) sob o argumento de que são contra o capitalismo, mas usam tênis da Nike, telefone celular, conforme se verifica das imagens, postam fotos no Facebook e até utilizam de uma denominação grafada em língua Inglesa, bem ao gosto da denominada ‘esquerda caviar’”, escreveu o juiz Marcelo sobre o estudante Fábio e o professor Rafael.
Ativistas presos em SP não tinham explosivos, diz perícia
Perícia feita pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, e do Instituto de Criminalística, da Polícia Científica Civil, aponta que os objetos encontrados com os manifestantes detidos no último dia 23 de junho em protesto contra a Copa do Mundo em São Paulo não eram explosivos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a publicação, os objetos não são nem inflamáveis. Os artefatos foram usados pela polícia para convencer a Justiça de que os manifestantes deveriam ser presos.
A perícia aponta que os materiais encontrados com o estudante e funcionário da Universidade de São Paulo (USP) Fábio Hideki Harano e o professor de inglês Rafael Lusvarghi - presos há 43 dias sob acusação de liderarem protestos violentos contra o Mundial - não tinham qualquer tipo de substância explosiva e/ou inflamável.
O advogado de Harano, Luiz Eduardo Greenhalgh, afirmou que pedirá à Justiça que reconsidere a prisão dos réus. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que as denúncias não se baseiam só em objetos apreendidos com os ativistas.
Com Portal Terra