Paralimpíadas serão desafio maior que Olimpíadas para o setor aéreo

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Os Jogos Paralímpicos de 2016 vão demandar maior planejamento do setor aéreo que as Olimpíadas tradicionais, por causa das necessidades dos atletas com deficiência. A avaliação foi feita hoje (6) pelos coronéis Ary Bertolino e Luiz Roberto Medeiros, do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea. Os militares comandaram a operação do espaço aéreo durante a Copa do Mundo e apresentaram um balanço do evento no encontro "Aviação em debate", no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

"Estamos pegando os dados e fazendo um ajuste para a nossa realidade. Os Jogos Paralímpicos nos preocupam mais ainda, porque você tem que ter toda a estrutura para as pessoas com deficiência. A Paralimpíada é mais complexa que a Olimpíada. O tempo de movimento nos aeroportos para a pessoa com deficiência é diferente, então, esse aeroporto também tem que se preparar para receber esse público e os atletas", analisou o coronel Bertolino.

Para ter parâmetros para os grandes eventos no Brasil, militares brasileiros acompanharam de perto o controle do espaço aéreo durante a Eurocopa e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Londres de 2012. “A movimentação nas Paralimpíadas é menor, mas é mais complexa no tocante à infraestrutura de solo. Uma aeronave que vai ficar 40 minutos no chão nos Jogos Olímpicos, por exemplo, talvez fique uma hora e meia nos Paralímpicos, em função do tempo para descarregar e para o desembarque dos passageiros. E é esse planejamento que estamos fazendo”, explicou Medeiros.

Durante a Copa do Mundo, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão – Antonio Carlos Jobim registrou recorde de tráfego, com 852 movimentos (poucos e decolagens) na segunda-feira posterior à final. O recorde anterior era dos Jogos Pan Americanos de 2007, quando o terminal registrou 715 movimentos em um dia.

Para os militares, o fluxo de pessoas durante as Olimpíadas não vai superar o pico da Copa do Mundo, mas aumentará o movimento de forma constante. “A gente acha que esse recorde não vai ser atingido porque não há final. Nas Olimpíadas, os eventos que chamam mais atenção são a abertura e o encerramento. Não vai ter um grande pico, mas um movimento maior e contínuo. Se tivemos 850 movimentos na final [da Copa], e a média do Galeão é 400, pode ser que nas Olimpíadas a gente tenha uma média de 600 movimentos diários”, prevê Bertolino.