Paulo Roberto Costa deve ser solto até segunda-feira

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O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa deve ser solto até segunda-feira (29), segundo a GloboNews, e cumprirá prisão domiciliar em casa, no Rio de Janeiro. Costa usará tornozeleira eletrônica e será monitorado por agentes da Polícia Federal.

Antes de ser preso na Operação Lava Jato, em março, o ex-diretor morava no Rio de Janeiro com sua família. Ele está preso na superintendência do Paraná. A tornozeleira eletrônica foi cedida à PF nesta tarde pelo governo do Paraná. 

A libertação deve ocorrer ao longo do final de semana para evitar que ele seja transportado em avião de carreira. A liberação de Paulo Roberto ocorre após o ex-diretor fechar um acordo de delação premiada com a Justiça Federal do Paraná. Ele decidiu contar o que sabe para deixar a prisão. O ex-diretor da Petrobras foi preso pela segunda vez no dia 11 de junho, após as autoridades da Suíça informarem a Justiça brasileira que ele tinha contas com US$ 23 milhões naquele país. Ele havia sido preso inicialmente em 20 de março sob acusação de ocultar provas, mas foi liberado 59 dias depois por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

No dia 29 de agosto, Paulo Roberto fez acordo com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal para fazer delação premiada após saber que a PF  poderia prender suas filhas. A Justiça havia autorizado operações de busca e apreensão em 13 empresas no Rio de Janeiro que pertencem a uma filha, um genro e um amigo de Costa.

CPI Mista já tem sigilo bancário de Youssef e de Paulo Roberto Costa

Enquanto aguarda o conteúdo da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a CPI Mista que apura denúncias de corrupção na estatal está recebendo outros documentos relevantes para a investigação. É o caso da transferência de sigilos bancários de alguns dos investigados.

Nestas duas últimas semanas, chegaram à comissão de inquérito dados dos bancos Bradesco, Itaú, HSBC, Caixa Econômica Federal e Banco Safra. Entre os arquivos, estão movimentações do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, dois dos principais acusados de operarem um esquema de desvio de dinheiro que teria movimentado ilegalmente R$ 10 bilhões, segundo a Polícia Federal. Ambos estão presos no Paraná.

Os bancos enviaram também sigilos das duas filhas de Paulo Roberto, Ariana e Shanni, e dos dois genros dele, Humberto Sampaio de Mesquita e Márcio Lewkowicz. Os quatro também são investigados por participação no esquema. Além disso, no dia em que foi deflagrada a operação Lava Jato, responsável por desmantelar a quadrilha, a Polícia Federal informou que eles retiraram documentos e dinheiro do escritório da Costa Global Consultoria, empresa de Paulo Roberto, na tentativa de ocultarem provas.

Com isso, os parlamentares têm em mãos detalhes sobre créditos e débitos de movimentações, sejam elas em contas correntes, poupanças, investimentos em fundos, títulos e valores mobiliários, de renda fixa ou variável, além de operações de câmbio. As informações são sigilosas e estão disponíveis somente para os parlamentares integrantes da comissão e assessores autorizados por eles.

Por conta das eleições, a CPI Mista não terá sessão na próxima semana e vai se reunir somente no dia 8 de outubro, após o primeiro turno, para ouvir Meire Poza, contadora de Youssef. Senadores e deputados poderão indagá-la já sabendo do conteúdo do depoimento dela à Justiça Federal. O material chegou à comissão na quarta-feira (26) e também tem acesso restrito.

Enquanto isso, a CPI continua recebendo requerimentos dos parlamentares. Centenas deles aguardam deliberação. O mais recente é do deputado João Magalhães (PMDB-MG), que quer a convocação do governador do Ceará, Cid Gomes (PROS).

O parlamentar alega que, conforme reportagem da revista Isto É, Paulo Roberto Costa incluiu o nome do governador entre os envolvidos na corrupção na Petrobras. Também estão pendentes pedidos de cópias de documentos e mais convocações, inclusive de Marcos Valério, preso depois de ter sido condenado no processo do Mensalão.

A CPI Mista da Petrobras tem a participação de senadores e deputados e funciona paralelamente à CPI exclusiva do Senado, com idênticos objetos de investigação: irregularidades envolvendo a Petrobras entre 2005 e 2014 relacionadas à compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA; ao lançamento no mar de plataformas inacabadas; ao pagamento de propina a funcionários da estatal; e ao superfaturamento na construção de refinarias, principalmente a de Abreu e Lima, em Pernambuco.