Movimentos por moradia fazem manifestação em São Paulo
Cerca de 1.800 pessoas (de acordo com a Polícia Militar) fazem uma manifestação na Praça da Sé, em frente ao prédio da Caixa Econômica Federal, em defesa do direito de moradia e pelo lançamento da 3ª etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Os manifestantes saíram de cinco pontos da cidade e se encontraram em frente ao prédio, onde pretendem montar um acampamento. Atos semelhantes ocorrem em mais 18 estados.
De acordo com o coordenador nacional e estadual da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Sidney Pita, os atos marcam o Dia Mundial dos Sem-teto e a ideia é chamar a atenção sobre a urgência dos integrantes dos movimentos para a questão da moradia. “O orçamento para a terceira etapa do projeto foi para o Congresso Nacional e ainda não voltou, por isso a presidenta Dilma Rousseff não consegue nos dar resposta sobre quando lançará a terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida”.
Participam do ato a Central dos Movimentos Populares (CMP), Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Movimento de Luta dos Bairros e Favelas (MLB) e a União Nacional por Moradia Popular (UNMP). Uma carta aberta foi feita por eles para ser encaminhada ao governo.
Entre as reivindicações estão melhor qualidade dos empreendimentos; maior controle social do programa; 300 mil unidades para o Minha Casa, Minha Vida Entidades; modalidade para entidades do Programa Faixa 1 FGTS: início Imediato das contratações no Minha Casa, Minha Vida Entidades e Rural; reformulação das normas que travam as obras e organização popular.
Além disso, o documento pede a retomada dos pagamentos das obras e projetos em andamento, sem atraso nas liberações; destinação de imóveis públicos federais e do Instituto Nacional do Seguro Social para moradia popular; construção do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano; fim dos despejos e remoções em favelas, ocupações e fim da criminalização das lideranças populares; em defesa do projeto de emenda à Constituição, a PEC da Moradia.
“Estão parando todas as nossas obras, e o dinheiro está vindo pela metade. Para darmos continuidade ao programa é preciso regulamentar o mais rápido possível. Vamos permanecer aqui em frente à Caixa até que Dilma nos atenda. Já conversamos com ela, que nos garantiu que não faltaria dinheiro”, ressaltou.
Pelas estimativas de Pita, cerca de 500 mil famílias devem ser prejudicadas em todo o país. “Tenho certeza de que a presidenta Dilma olhará com carinho para a nossa questão. Vamos ficar acampados até termos resposta. Caso não aconteça nada até sexta-feira, vamos para Brasília”, disse.