Dilma pede otimismo da população para enfrentar crise
Segundo a presidente, o país está mais preparado para reagir às dificuldades
A presidente Dilma Rousseff pediu, nesta quarta-feira, o otimismo dos brasileiros para atravessar a crise e disse que o país está mais preparado para reagir que em outros momentos de dificuldades. “Estamos passando por alguns momentos de dificuldades econômicas, elas são conjunturais, temos todas a condições de superá-las. O país hoje é mais robusto, o país hoje tem mais flexibilidade, mais resiliência do que em qualquer momento de crises anteriores. Tenho certeza de que a atividade turística é uma forma de construir também o otimismo em nosso país, acho que viajar com a família é um momento de otimismo, um momento em que se olha para a frente”, afirmou a presidente durante a cerimônia do Ano Olímpico para o Turismo, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Dilma disse ainda que os Jogos Olímpicos do Rio de 2016 serão uma oportunidade para o Brasil se consolidar como destino turístico e de fortalecimento das viagens domésticas. “Tenho certeza de que todos os que conhecerão as instalações que receberão as Olimpíadas vão se encantar com elas e acredito que faremos do Ano Olímpico do Turismo um marco no processo de consolidação do Brasil como destino turístico”.
A presidente usou uma metáfora esportiva para falar em perdedores, vencedores e fair play para reconhecer derrotas. Segundo Dilma, um dos elementos mais importantes que os Jogos Olímpicos ressaltam é a “capacidade de aceitar a derrota quando ela chega, porque tem vencedores e perdedores". "É o chamado fair play, que a atividade esportiva ensina a cada um de nós”, acrescentou.
O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, também falou em otimismo para enfrentar a crise e disse que o Brasil não pode ser o “país do mau humor” em um momento em que os olhos do mundo estão voltados para a organização dos Jogos Olímpicos do Rio. “O Brasil não é o Brasil do mau humor, da crise. Já superou tantas e vai superar mais essa, o Brasil é maior que tudo isso”, disse o ministro.
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Mais cedo, em entrevista a rádios da Bahia, Dilma defendeu que é fundamental que o Legislativo mantenha os vetos nas chamadas pautas-bomba, demonstrando, assim, compromisso com o País. Constam na pauta itens como o reajuste dos servidores do Poder Judiciário e o que atrela o aumento do salário mínimo a todos os benefícios do INSS.
“O que vai ser apreciado são vetos que eu coloquei em algumas leis impedindo que haja aumento de gastos nesse momento em que, como qualquer dona de casa, precisamos conter as despesas. É importante que o Congresso Nacional, e eu tenho certeza disso, vai demonstrar seu compromisso com o Brasil. É muito importante que as pessoas coloquem os interesses do País acima dos seus interesses, acima dos interesses partidários, acima de interesses de oposição à situação”, disse.
A presidente ressaltou que o País enfrenta um momento em que é fundamental que ajuste fiscal seja concluído, criando assim as bases para a retomada do crescimento econômico.
“Em algumas questões o interesse do Brasil tem de prevalecer. No caso dos vetos, é porque é impossível um País que está enfrentando dificuldades aumente desproporcionalmente suas despesas. Ao mesmo tempo, nós acreditamos que quanto mais rápido forem aprovadas no Congresso as medidas que enviamos, mais rápido será a travessia”.
Respeito à democracia
A presidente defendeu mais uma vez que a soberania da decisão popular seja respeitada, fazendo menção a posturas antidemocráticas que tentam chegar ao poder por caminhos que não sejam o das urnas.
“É impossível a gente achar que nós fazemos um serviço para a democracia do País tentando métodos para encurtar a chegada ao governo. O único método reconhecido para se chegar ao governo é o voto direto nas urnas. Portanto, acho que a democracia brasileira é forte o suficiente para impedir que variantes golpistas tenham espaço no cenário político brasileiro”.
Dilma lembrou que os avanços alcançados pela democracia não podem ser colocados em risco. “O Brasil tem uma democracia que ainda é jovem, mas é uma democracia robusta”, disse.
A presidente apontou que o país tem, hoje, instituições sólidas que atuam com independência – como o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, e disse que aqui se respeitam contratos e a liberdade de expressão de opinião. “Hoje ninguém mais vai preso por dizer o que pensa. É um país que dá um imenso valor, também, à liberdade de imprensa. Nós, portanto, temos uma democracia. A base dessa democracia é o voto direto nas urnas”.