Após ter sido preso, ex-advogado de Cerveró chega à sede da PF no Rio

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O advogado Edson Ribeiro, preso na manhã desta sexta-feira (27) ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, num voo procedente de Miami, nos Estados Unidos, chegou às 9h55 à sede da Polícia Federal (PF), na zona portuária do Rio. Ele chegou escoltado em dois veículos da PF e estava no banco traseiro do carro da frente.

O advogado desembarcou às 8h10, no Rio, em um voo da TAM. Edson Ribeiro defendia o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso na Operação Lava Jato, e teve a prisão determinada quarta-feira (25) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro do STF Teori Zavascki havia autorizado a inclusão do nome do advogado na lista da Interpol, a polícia internacional.

Edson Ribeiro é investigado na operação que prendeu também o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira. De acordo com pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República, encaminhado ao STF, Edson Ribeiro participou das negociações em que o senador Delcídio do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal, no âmbito da Operação Lava Jato.

Edson Ribeiro teve a prisão determinada na quarta-feira (26/11) pelo Supremo Tribunal Federal na operação que prendeu também o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira.

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De acordo com pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República (PGR), encaminhado ao STF, Edson Ribeiro participou das negociações em que o senador Delcídio do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal. Em um dos encontros - que foi gravado pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, em um hotel em Brasília - o senador prometeu pagar R$ 50 mil mensais à família do ex-diretor para não ocorrer a delação premiada. 

"O Senador Delcídio Amaral contou com o auxílio do advogado Edson Ribeiro, que, embora constituído por Nestor Cerveró, acabou por ser cooptado pelo congressista. O advogado Edson Ribeiro passou, efetivamente, a proteger os interesses do Senador Delcídio Amaral em sua interação profissional com Nestor Cerveró e Bernardo Cerveró, mesmo depois de tomada por Nestor Cerveró a decisão de oferecer colaboração premiada ao Ministério Público Federal. O advogado Edson Ribeiro recebeu do Senador Delcídio Amaral, a certa altura das tratativas, a promessa de pagamento dos honorários que convencionara com Nestor Cerveró, cujo valor era de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais)", diz o documento da PGR. 

Segundo a PGR, o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, arcaria com os custos para não ter seu nome mencionado no acordo de colaboração ou para o ex-diretor desistir. "Ao menos parte desses recursos seria dissimulada na forma de honorários advocatícios a serem convencionados em contrato de prestação de serviços de advocacia entre André Esteves e/ou pessoa jurídica por ele controlada com o advogado Edson Ribeiro." Esteves está preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. 

Nestor Cerveró firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério público Federal no dia 18 de novembro deste ano.