'El País': Dilma e Bachelet trocam forças no Chile

Presidentes do Brasil e do Chile se reúnem em Santiago por agenda econômica

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Matéria publicada no El País neste sábado (27), comenta o encontro das presidentes do Brasil e Chile. Elas são as únicas presidentas da América do Sul, têm uma ideologia comum e ambas enfrentam problemas de política interna, embora com diferente nível de complexidade. A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, começou na sexta-feira uma visita oficial a Santiago, no Chile, a primeira que faz desde sua participação na cerimônia de posse de Michelle Bachelet, que em março de 2014 iniciou seu segundo mandato. 

A reportagem fala que a viagem de Dilma, que enfrenta uma crise interna, tem o objetivo de estimular as relações econômicas e comerciais, após sua economia se contrair 4,08% em 2015, segundo as estimativas do Banco Central. 

O jornal espanhol conta que Bachelet ofereceu um almoço em homenagem à colega no Palácio de La Moneda, onde em seguida fizeram uma reunião bilateral durante cerca de uma hora. “Neste momento de crise econômica profunda, temos que cooperar”, indicou Dilma, na declaração realizada esta tarde no Palácio de Governo junto a Bachelet. A mandatária chilena informou que nos próximos 8 e 9 de junho os ministros de Defesa e Relações Exteriores de ambos países terão uma reunião pelo programa de desenvolvimento conjunto.

Segundo El país, um dos principais interesses de Dilma se refere a estabelecer pontes entre o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e a Aliança do Pacífico (México, Colômbia, Peru e Chile): “Temos economias com um claro potencial de complementaridade e uma maior aproximação — inclusive física, a partir da melhoria da infraestrutura — irá beneficiará nossos países e toda a região”, analisou Dilma.

Com a queda dos preços das commodities em toda a América Latina, o Brasil e outros países pensam que chegou a hora de fortalecer o comércio dentro da região, um desafio que não parecia urgente quando as matérias-primas tinham alto valor. Com o desenvolvimento de projetos como os corredores ligando o Atlântico ao Pacífico pela América do Sul, o Governo brasileiro procura reduzir custos, abrir e aproximar os mercados e criar novas oportunidades de investimento e comércio. Nesse sentido, a visita oficial de Dilma ao Chile busca gerar a cumplicidade do Governo de Bachelet como membro da Aliança do Pacífico e, por outro lado, não ceder o protagonismo dessas conversações ao presidente argentino, Mauricio Macri, que se interessou especialmente pelo assunto.

A visita oficial estava programada para o segundo semestre de 2016, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Chile. O Brasil, no entanto, comunicou na semana passada ao Governo de Bachelet que precisava adiantá-la e, contra o relógio, começaram os preparativos — a entrevista de Dilma a um jornal chileno, inclusive, pegou a imprensa brasileira de surpresa.