Em 2012, Cabral escapou de explicar relações com Cachoeira e Cavendish em CPI
A nova operação deflagrada nesta quinta-feira (30) levantou nomes já conhecidos de investigações na justiça e comissões parlamentares, e suas relações com o poder público -- Fernando Cavendish, ex-presidente e principal acionista da empreiteira Delta Construções, e o bicheiro Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.
Em votação no dia 30 de maio de 2012, o então governador Sérgio Cabral, amigo de Cavendish, escapou de dar esclarecimentos sobre denúncias de seu envolvimento com ele e com Carlinhos Cachoeira na CPMI Vegas. Os governadores petista Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, e o tucano Marconi Perillo, de Goiás, contudo, foram convocados para prestar depoimento na comissão.
O requerimento da convocação de Cabral, de autoria do deputado Rubens Bueno (PPS/PR), acabou sendo rejeitado por 17 votos a 11. A comissão tinha como objetivo investigar práticas criminosas de Carlinhos Cachoeira, desvendadas pelas operações "Vegas" e "Monte Carlo" da Polícia Federal. Após oito meses de trabalhos, a CPI aprovou voto em separado apresentado pelo deputado federal Luiz Pitiman (PMDB-DF), de apenas duas páginas, que não propunha o indiciamento de nenhum dos investigados pela comissão parlamentar. As conclusões da comissão foram encaminhadas para apuração à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.
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Desdobramentos da Operação Monte Carlo revelaram que a Delta havia recebido R$ 2,9 bilhões da União e R$ 1,4 bilhão do governo do estado do Rio de Janeiro desde 2007. De acordo com gravações da Polícia Federal, Cachoeira teria envolvimento direto com a Delta, agindo como lobista da empresa junto a agentes públicos.
Ainda em 2012, fotos e vídeos de Cabral, secretários estaduais e do empresário Fernando Cavendish, com guardanapos na cabeça durante uma festa em Paris, foram divulgados na internet. Sérgio Cabral teve várias obras de sua gestão tocadas pela empreiteira.
A Operação Saqueador agora deflagrada destaca que entre 2007 e 2012, nada menos que 96% do faturamento da Delta veio de verba pública, R$ 11 bilhões -- período em que Sérgio Cabral governava o Rio de Janeiro.
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Confira o voto de senadores e deputados ao requerimento pela convocação de Sérgio Cabral na CPMI em 2012:
Senadores
José Pimentel (PT/CE) - NÃO
Humberto Costa (PT/PE) - NÃO
Lídice da Mata (PSB/BA) - NÃO
Pedro Taques (PDT/MT) - SIM
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) - NÃO
Vital do Rêgo (PMDB/PB) - NÃO
Sérgio Souza (PMDB/PR) - NÃO
Ciro Nogueira (PP/PI) - NÃO
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP) - SIM
Álvaro Dias (PSDB/PR) - SIM
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) - NÃO
Vicentinho Alves (PR/TO) - NÃO
Kátia Abreu (PSD/TO) - SIM
Deputados
Odair Cunha (PT/MG) - NÃO
Luiz Sérgio (PT/RJ) - NÃO
Íris Araújo (PMDB/GO) - NÃO
Luiz Pitiman (PMDB/DF) - NÃO
Carlos Sampaio (PSDB-SP) - NÃO
Domingos Sávio (PSDB-MG) - NÃO
Gladson Cameli (PP/AC) - NÃO
Onyx Lorenzoni (DEM/RS) - SIM
Maurício Quintella Lessa (PR/AL) - SIM
Paulo Foletto (PSB/ES) - SIM
Miro Teixeira (PDT/RJ) - SIM
Rubens Bueno (PPS/PR) - SIM
Sílvio Costa (PTB/PE) - SIM
Hugo Leal (PSC/RJ) - SIM
Delegado Protógenes (PCdoB/SP) - NÃO