Unifesp recusou oferta da União para receber prédio que desabou no centro de SP
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) rejeitou em 2013 a oferta de instalação do curso de Direito no edifício Wilson Paes de Almeida, que desabou na madrugada de terça-feira passada, dia 1º. Segundo a instituição, o prédio apresentava "condições de degradação e abandono".
Em ofício enviado à Secretaria do Patrimônio da União no dia 29 de abril de 2013, a Unifesp alega que vistoria realizada por técnicos da pró-reitoria de Planejamento constatou diversas irregularidades no edifício.
"São elas: alagamento permanente do subsolo, com possíveis consequências nas fundações e pisos da garagem; descolamento da empena lateral em relação ao prédio vizinho, indicando necessidade de avaliação estrutural; descolamento de elementos de revestimento da fachada podendo atingir pedestres; existência de numeroso patrimônio da Polícia Federal que não foi retirado do local; roubo e depredação de instalações diversas do imóvel, que precisam de ampla recuperação; tombamento de fachada e piso, o que dificulta adaptações; não atendimento das normas dos Bombeiros, implicando em nova torre de escadas enclausurada, entre outros aspectos".
O edifício Wilson Paes de Almeida foi oferecido à instituição pela União em agosto de 2012 e a vistoria da Unifesp foi realizada em maio do ano seguinte.
A Unifesp afirmou ainda, em ofício, que "apesar de ter interesse pelo imóvel e reconhecer sua importância histórica" não teria condições técnicas e orçamentárias para arcar com a recuperação e manutenção do edifício.
Em nota divulgada na Quinta-feira passada, dia 3, a universidade também afirma que não foi o único órgão público a recusar o imóvel. "Tanto as gestões Kassab quanto Haddad recusaram recebê-lo, dado seu estado de abandono, deterioração e riscos estruturais".
A instituição também prestou solidariedade às vítimas do incêndio e desabamento do edifício Wilson Paes, que ocupavam e residiam no prédio. "Culpabilizá-los pelo ocorrido é uma nova violência, quando o Estado se omite em relação à preservação e uso de seu patrimônio, à segurança dos que ali estavam por falta de opção e seu atendimento habitacional correto e definitivo."