Alckmin: ‘Alianças só no final de julho’
Ex-governador diz que é difícil convencer os pré-candidatos a desistirem
Diante da dificuldade em compor a chapa com os partidos do chamado “centro”, o pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB Geraldo Alckmin disse ontem que somente no final de julho será possível ter clareza sobre os partidos que o apoiarão já no primeiro turno. Em evento esvaziado para comemorar os 30 anos do partido, em Brasília, o ex-governador de São Paulo atribuiu as indefinições na corrida eleitoral ao calendário estabelecido pela legislação que, este ano, só permite o início da campanha a partir de agosto.
“O que temos até o final de julho é pré-campanha e não campanha. Então, o calendário eleitoral atrasa as definições”, disse, durante discurso para correligionários que participaram do encontro da Executiva nacional, completando que as conversas estão bem definidas entre quatro partidos e “com o quinto as conversas estão bem encaminhadas”. Após o evento, falando a jornalistas, Alckmin acrescentou que embora haja afinidade programática entre os partidos, todos lançaram candidatura própria, por isso é difícil convencer os pré-candidatos a desistirem.
“Temos um bloco de cinco partidos que têm candidaturas próprias. Temos que aguardar as definições dessas partidos. Se amanhã nós pudermos estar juntos, estaremos”. O tucano falou ainda que as negociações incluem o Democratas, que mantém a candidatura de Rodrigo Maia mas não descarta a coligação com o PSDB até o final de julho. “O DEM tem pré-candidato. Mas nós temos afinidades programáticas. Somos parceiros em São Paulo, por exemplo”, acrescentou.
Na próxima terça-feira, haverá nova reunião com os partidos do chamado “centrão” - PRB, DEM, Solidariedade, PP, PPS, PSD, segundo informou ao Jornal do Brasil o coordenador da campanha tucana, ex-governador de Goiás Marconi Perillo.
O problema é que as pesquisas encomendadas internamente pelos próprios partidos demonstram que somente um milagre elevará a aprovação do candidato tucano entre os eleitores. No discurso de ontem Alckmin deu a entender que os números mudarão. “O eleitor é inteligente. Ele só decide no último momento”.
Na reunião, a Executiva também manteve 30% dos recursos oriundos do fundo eleitoral à campanha feminina, como determina resolução do Tribunal Superior Eleitoral publicada em maio. Dos R$ 185 milhões do fundo a que tem direito, o PSDB destinará R$ 55 milhões para as mulheres. Outros R$ 43 milhões serão destinados à campanha para presidente da República, ainda que a legislação permita o limite de até R$ 70 milhões. “Será uma campanha modesta”, comentou o pré-candidato, informando ainda que a maior parte das viagens será feita em aviões de carreira. Ele disse também que os custos só não serão menores porque não passou na reforma política a sua proposta de pôr fim às gravações externas nos programas de TV. “A minha ideia era que as gravações fossem feitas apenas em estúdio, com bancada e microfone. Mais nada. A campanha ficaria mais verdadeira. Espero que na próxima reforma política essa ideia passe”Insira o corpo da noticia aqui.