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Expertise, conhecimento e competência, o que buscar neste Dia do Trabalho?
Por CRISTIANA AGUIAR, [email protected]
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Publicado em 01/05/2022 às 10:28
Alterado em 02/05/2022 às 08:09
No dia 1º de maio tradicionalmente comemoramos o Dia do Trabalho. Certamente não buscamos redução da carga horária, como fizeram milhares de trabalhadores em suas reivindicações pelas ruas de cidades como Nova York e Chicago, em 1886.
Procuramos algo mais. O futuro do trabalho é algo que desejamos mapear, mas é bem verdade que ainda estamos tateando.
O último relatório do Fórum Econômico Mundial sobre o futuro do trabalho estimou que a automação e a divisão de trabalho entre máquinas e seres humanos devem acabar com 85 milhões de empregos até 2025, em contrapartida, as novas tecnologias, modelos de negócios e novas demandas vão proporcionar 97 milhões de empregos.
Que bom que esse saldo é positivo!
De acordo com algumas pesquisas, os profissionais que trabalham com processamento de dados, tarefas administrativas e manuais de rotina são os que mais facilmente verão suas atividades serem substituídas por máquinas.
A grande questão é nos adaptarmos e aprendermos a aprender.
Dentro desse contexto surgem as palavras upskilling e reskilling, que muito embora sejam semelhantes na ortografia, são bem diferentes na forma de aplicação e significado.
Upskilling significa desenvolver no colaborador as competências que ele precisa para ter uma alta performance na função, neste caso podemos pensar em melhoria de desempenho e aprimoramento, a fim de contextualizar a palavra.
Já o reskilling, trata-se de ensinar novas competências para colaboradores cujo trabalho atual ficou obsoleto, caiu em desuso, ou até mesmo a função deixou de existir. Frequentemente o colaborador irá aprender novas competências para trabalhar em outras atividades dentro da mesma empresa.
Tanto o upskilling, quanto o reskilling trouxeram um olhar mais atento para o desenvolvimento, a melhoria contínua e renovação, ao invés de simplesmente pensar em substituir o colaborador.
Se pegarmos um gancho com as questões ASG (ambiental, social e governança), podemos pensar em reciclar, em vez de descartar nossos talentos.
O “descarte” muitas vezes é mais oneroso, e quando mal realizado, pode gerar transtornos intransponíveis.
Contudo, sempre que falamos em alto padrão de entrega precisamos pensar no empregador e no colaborador. É necessário que os colaboradores entendam que são responsáveis por suas carreiras e performance, e que atualmente a força de trabalho não pode mais ser estática, ela precisa ser renovada. É preciso buscar as adaptações necessárias que nos mantenham relevantes no mercado.
Interessante que a empresa Price Waterhouse (PwC) fez uma pesquisa com 32.500 trabalhadores espalhados pelo mundo e 60% deles estão preocupados com a automação, uma vez que entendem que as tecnologias podem colocar seus empregos em risco. No entanto, uma pergunta pairou no ar: o que estão fazendo para se atualizar e aprimorar seus conhecimentos? Talvez a estatística dos que realmente anseiam e procuram o aprimoramento caia drasticamente.
Na oitava edição do índice de competitividade global de talentos, divulgada em 2021 pela escola de negócios francesa INSEAD, o Brasil ficou na 75° posição em um ranking com 134 países. Apesar de ter havido uma melhora na sua posição em relação ao ano anterior, o país encontra-se entre os mais atrasados quando pensamos em formação, atração e retenção de talentos.
E qual seria o nosso problema com os talentos? Infelizmente ainda temos pouca atratividade quando pensamos em talentos internacionais, temos grande evasão de talentos nacionais e pouco investimento em educação para aprimorar a formação contínua de novos talentos.
Uma boa saída para isso seria uma maior interação entre as universidades e as empresas, viabilizando e adequando as necessidades do mundo corporativo com as expertises, conhecimentos e competências desenvolvidas nas universidades. Esmiuçar esse assunto nos renderia mais um artigo.
Embora o Brasil não disponha de uma grande quantidade de talentos altamente capacitados, temos uma alta capacidade de adaptação, o que representa uma vantagem competitiva, principalmente em se tratando das novas gerações.
Quanto a geração atual, somos resilientes e como bons brasileiros, não desistimos com facilidade.
Segundo uma pesquisa realizada pela empresa Sallesforce, os brasileiros são confiantes e otimistas e se dizem preparados para o mercado de trabalho futuro.
Acredito que parte desse otimismo se dá por não entendermos muito bem o grau de desafios que nos aguardam no futuro, no entanto, nossa flexibilidade, adaptabilidade e resiliência, aliadas a uma boa pitada de bom humor, nos levará a um caminho onde mais facilmente encontraremos os recursos necessários para buscarmos trabalhos menos rotineiros e mais criativos.
Vale lembrar que as boas empresas sempre irão perseguir a administração digital e a tecnologia colaborativa, buscando desenvolver as melhores soluções, tanto para suas dores internas, quanto para os seus clientes.
Que este 1° de maio nos traga boas reflexões, otimismo e coragem para vencermos desafios, mas também para desfrutarmos das alegrias que o futuro há de nos reservar.
Finalizo esse artigo com uma de minhas frases prediletas: Acredito que existe um jeito certo de fazer as coisas.
Feliz Dia do Trabalho!
Cristiana Aguiar. Economista, especialista em Gestão Empresarial e Gestão de Pessoas. Sócia-fundadora da empresa Jeito Certo Consultoria