ARTIGOS
Maturidade política
Por TARCISIO PADILHA JUNIOR
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Publicado em 26/04/2023 às 09:03
Alterado em 26/04/2023 às 09:03
Onde o espírito não teme,
a fronte não se curva.
Rabindranath Tagore
Inexiste, realmente, coletivo que não seja estabelecido sobre relações de confiança entre os próprios integrantes.
A democracia moderna propõe que grupos e indivíduos se dobrem à negociação, busquem pelo diálogo ou debate soluções aceitáveis por todos ou pelo maior número.
Embora objetivos de outros possam não estar incorporados aos nossos, prevalece o princípio da interdependência.
Formas de inteligência coletiva baseadas em reciprocidade e respeito às singularidades transformam ou aumentam decisivamente nossa capacidade de reflexão crítica.
"Auschwitz adicionou à experiência histórica algo sem precedentes de natureza não assimilável", diz Hans Jonas.
"A divindade nada conteve de si", sustenta ele, "nenhuma parte independente ou intacta permaneceu, para dirigir, garantir, a realização de seu destino errático na criação."
Um critério inteiramente novo de sucesso e fracasso estaria presente em toda a relação divina para com o mundo.
Não é um distribuidor automático de respostas, permanece em diálogo permanente com nossas tarefas humanas, assim valoriza infinitamente a nossa própria existência.
Numa sociedade organizada em rede, a institucionalização dos conflitos realmente configura maturidade política.
Engenheiro, é autor de "Por |Inteiro" (Multifoco, 2019)